Presença frequente nos noticiários, mas rara nas entrevistas coletivas, o centroavante Zé Carlos abriu o jogo na conversa que teve na tarde desta terça-feira com os setoristas do Criciúma. Franco e detalhista como de costume, o atacante reconheceu que esteve longe do seu melhor na temporada, enalteceu o trabalho do restante do grupo e admitiu vontade de continuar no Tigre em 2019, para se tornar o maior artilheiro da história do clube.
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Vem muita cobrança dentro de casa. Até minha filha de seis anos, que nasceu aqui, começa a cobrar. ‘Por que o senhor não vai jogar?’
ZÉ CARLOS
Atacante do Criciúma
O centroavante admitiu, no entanto, que 2018 não está sendo dos melhores anos para ele. Com dois cartões vermelhos e apenas cinco gols na Série B, está longe da briga pela artilharia na competição. Neste ano, o jogador já foi punido com uma suspensão de dois jogos aplicada pelo STJD e ainda passou por uma cirurgia que o afastou dos gramados por mais de 40 dias.
— Vem muita cobrança dentro de casa. Até minha filha de seis anos, que nasceu aqui, começa a cobrar. “Por que o senhor não vai jogar? Todo mundo está no campo”. Isso pesa. Estou muito consciente dos meus erros, tenho certeza que aprendi bastante. Espero não fazer mais isso (ser expulso com frequência) e tentar ajudar os meus companheiros dentro de campo. É isso que penso daqui para frente — afirmou o atacante.
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Zé Carlos tem no técnico Mazola Júnior uma referência fora dos gramados. Foi o comandante quem o ajudou a melhorar o desempenho no CRB e se tornar o artilheiro da Série B em 2015. Quando o técnico Argel caiu, após zerar a pontuação nas cinco primeiras rodadas da competição nacional deste ano, Mazola foi anunciado no Tigre. A relação positiva dele com Zé Carlos já era conhecida pela torcida carvoeira, que imaginou ter sido uma indicação do atacante. Ele garante que não.
Tenho o Mazola como um pai, e isso não falo da boca para fora. É com o coração
ZÉ CARLOS
Atacante do Criciúma
— Foi até engraçado. Eu tenho o Mazola como pai para mim, é um dos melhores treinadores com quem já trabalhei na minha vida. Quando o Mazola recebeu o contato daqui, ele me ligou, querendo saber da estrutura do Criciúma. Falei que na Série B, com todo o respeito, não existe melhor estrutura que a do Criciúma, de treinamento, CT, alimentação. Quando ele me ligou, fiquei feliz. Veio até aqui, conheceu o clube e até me agradeceu. Mas eu não tive nada de conversa com ninguém, não falei isso. Às vezes, as pessoas falam coisas que escutam. Quando recebi a notícia do Mazola, já foi pelo Facebook, então nem sabia disso. Apenas ele me ligou, mas está aí a prova do profissional e pessoa que ele é. Não é à toa que está fazendo essa grande campanha, merece tudo isso. Tenho o Mazola como um pai, e isso não falo da boca para fora. É com o coração mesmo — declarou Zé.
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Já é certo que o atacante será titular no próximo compromisso do Criciúma, contra o Boa Esporte. O duelo será em Varginha, às 21h de sábado. Se o empate foi considerado positivo contra o Paysandu, desta vez talvez não seja assim. Com menos desfalques, o Tigre mira a vitória para chegar logo aos 45 pontos e se livrar do risco de rebaixamento. Na avaliação de Zé, só depois que atingir essa marca é que o grupo poderá pensar nas já remotas possibilidades de acesso.
— Depois de tudo o que a gente passou no campeonato, hoje pagamos pelos nossos erros lá atrás, desde o primeiro turno. Mas passou. Agora a gente tem que pensar nos 45 pontos, trabalhar forte e com a cobrança que está existindo no grupo. Temos muita consciência desse objetivo. A gente sabe que, quando fizer os 45 pontos, se tiver a oportunidade de chegar lá em cima, vamos tentar chegar. Se tivéssemos, pelo menos, conseguido seis ou sete pontos nos primeiros jogos, estaríamos brigando lá em cima. Mas isso passou. Temos que pensar no Boa e ir lá fazer um grande jogo — concluiu o atacante.
Zé Carlos tem, hoje, 65 gols com vestindo o manto carvoeiro, a terceira melhor marca já alcançada por um atleta do Criciúma. O líder na lista é Vanderlei Mior, com 84, seguido por Soares, com 82.
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— Isso é uma marca importante no clube. Eu fico muito contente por essa marca, mas só tenho a agradecer meus companheiros todos. Desde que cheguei aqui, em 2011, eles me ajudaram, tanto os que foram embora quando os que ficaram, principalmente em 2012 e agora. Espero continuar aqui ano que vem e, quem sabe, passar essa marca. Estou muito focado nesses últimos dez jogos e espero ajudar o Criciúma da melhor forma possível — projetou Zé Carlos.
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