O ex-zagueirão Lúcio, aquele que espantava jacaré a botinada na Chapecoense, está voltando aos gramados da forma mais inesperada. Pela Liga de Chapecó, arrisca – e segundo testemunhas, com sucesso – seguir a carreira de árbitro de futebol. Parece que vejo aquele xerifão que não levava ninguém para compadre, agora encarando os ex-companheiros de profissão. Se não fugia da bronca antes, imagino o que não vá acontecer quando algum aventureiro se alçar a reclamar de uma marcação. Uma coisa tenho certeza: vai precisar da ajuda dos outros 10 do time para encarar a parada. Que tal, presidente Delfim? Taí uma boa, apostar no Lúcio para apitar na Primeira Divisão. Será que dá?

Homem com H
Diz que o Lúcio, que aliás parou de jogar faz pouco tempo, tem seu ponto fraco. Uma das especialidades do ex-zagueirão é apitar futebol feminino e, diante da mulherada, não mostrou a mesma firmeza de quando enfrentava os marmanjos. Calma aí, gente. Ninguém tá dizendo que o homem afina, nem seria louco para tal. É que os amigos de Chapecó que torcem pelo sucesso da nova carreira de Lúcio garantem que ele é um “gentleman” com as meninas. O alemão de quase dois metros mostra um outro lado de sua personalidade. Em tempo: Lúcio hoje é, também, representante comercial em Chapecó, nas empresas do ex-presidente da Chapecoense, José Paraíba Telles.
Gol de Ouro?
Treinadores de futebol que trabalham na Europa, num total de 51, pronunciaram-se ontem contrários ao “gol de ouro” para a definição de partidas. A classe dos técnicos vem demonstrando pelo mundo todo que vale a pena se unir para defender idéias. Aqui no Brasil, os técnicos já descobriram que, quando unidos, têm grande força. E os jogadores? Até quando servirão de marionetes para a corja de dirigentes que domina o futebol brasileiro?
Aqui e lá
Um juiz ordenou a prisão de Andrés Volta, acusado pela morte do torcedor César Cáceres, de 23 anos. O fato ocorreu sábado passado no estádio Defensores del Chaco, em Assunção. Cáceres recebeu uma punhalada desferida por um torcedor do Cerro Porteño, time do qual também era torcedor. Trata-se de uma briga envolvendo duas facções do clube mais popular do país. Isto me lembra recentes episódios de agressão no clássico Avaí x Figueirense. Os oito “elementos” presos no último domingo foram soltos? Sim? Então até breve, quando estaremos lamentando mortes como a descrita acima. Por omissão, o que é muito pior.
Lá e aqui
O jogador alemão Christian Ziege foi ameaçado de morte por torcedores de sua antiga equipe, o Middelsbrough, que não querem sua transferência para o Liverpool. “Ovos foram atirados contra a minha casa e na caixa de correios encontrei uma ameaça de morte”, disse o jogador em sua página na Internet. O embrião de fascistóides deste tipo também está fecundado aqui por SC. Este caso do alemão lembra, um pouco, a reação de parcela da torcida do Avaí contra Dão, não admitindo que o atleta siga seu livre caminho. Hoje, no Brasil, o profissional que é valorizado vira mercenário.
Contra-Ataque
EM TEMPO – Já que a coluna abre hoje com o Lúcio, não custa registrar que o cara está impossível. Seu ritmo é tão alucinante, que o alemão capotou o carro estes dias. Por sorte, foram só danos materiais. CLIC – No site clicRBS, uma pesquisa quer saber se o Avaí merece perder o mando de campo pelos episódios de invasão durante o clássico. O resultado surpreende: 56,79% favoráveis à interdição. Só 43,21% defendiam o Leão até ontem. REPERCUSSÃO – Rememorar o time da Chapecoense de 1974, como ocorreu na sessão Memória desta coluna, recentemente, mexeu não só com o Oeste de SC. Do Rio Grande do Sul, leitor Marinho promete material fotográfico para relembrar futebol na região. PARABÉNS – O Avaí colocou um setor das arquibancadas a R$ 5. Grande medida. A direção mostra estar preocupada com a torcida com menor poder aquisitivo. FORÇA – Está em andamento o Campeonato Amador da Liga do Vale do Rio Tijucas. Participam Usati, Comercial, Grêmio, Humaitá e Flamengo. Como este, existem dezenas de torneios amadores espalhados pelo Estado. Depois não entendem de onde vem o poder de Delfim Peixoto Filho junto à FCF. MEDALHA – As mulheres começaram bem em Sydney. Esperemos que os homens, que jogaram na manhã de hoje, tenham seguido o mesmo caminho. Se não, bota a mulherada no lugar deles. Com uma exceção: Romário no time, é claro. UTI – O JEC, para não emplacar uma UTI, precisa vencer o Caxias. É jogo para vencer e decolar. Ou tropeçar e dar tchauzinho.

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