Foi só aos 14 anos que o estudante Yuri Reiter realizou um sonho de infância: aprender a nadar. Aos 15, começou a colecionar medalhas: foi campeão catarinense no Parajesc em 2014 e 3º lugar no Parajasc deste ano pela categoria adulto. O caminho até o pódio foi traçado após um período de luta e incerteza. Aos 11 anos Yuri foi diagnosticado com câncer no fêmur, um pouco acima do joelho. Depois de um ano de tratamento sem sucesso, teve a perna direita amputada.

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– O médico me falou que a chance de cura – e que não era uma certeza – era amputar a perna. Ele disse que de 100% eu tinha 1% só de chance, mesmo com a amputação, porque poderia acontecer de (o câncer) se espalhar para outros órgãos. No começo do tratamento eu pedi pra ele sempre me falar a verdade, e ele sempre foi sincero _ conta o aluno atleta, quase em tom de agradecimento.

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Depois da recuperação, o adolescente descobriu dois mundos: o que tinha ficado para trás, com a perna doente, e que era infinitamente menor do que o mundo que o aguardava. Após algumas experimentações, percebeu que a água poderia ser sua segunda casa, e se viu novamente entre amigos, antigos e novos, e com um novo caminho pela frente. Yuri ainda não sabe se a natação será o seu destino, ainda quer experimentar novos esportes e sensações, mas para a família ele já é um campeão. A mãe e dona de casa Mariusa Alves é só orgulho:

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– Quando vejo ele na piscina me sinto a mãe mais feliz do mundo. A fase em que ele estava doente ficou para trás, o projeto ajudou na ressocialização e fez com que ele visse o mundo de forma diferente. O esporte faz de você um ser sem limite, desde que você batalhe, e o projeto tira a criança de casa e insere na sociedade.