O doleiro Alberto Youssef, internado no último sábado com problemas de pressão, ainda permanece sob a escolta de dois policiais federais em um quarto da UTI coronariana do Hospital Santa Cruz, em Curitiba (PR). Segundo boletim médico divulgado nesta segunda-feira, Youssef mantém um “quadro clínico estável“. Porém, o cardiologista Rubens Zenobio Darwish ressalta que não há previsão de alta, contrariando expectativa anterior de que sua passagem pelo hospital se reduziria a 48 horas.
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O estado de saúde reforça o pedido feito pela defesa do doleiro na última semana, que encaminhou um documento à CPI Mista da Petrobras para que Youssef fosse dispensado de sua convocação prevista para esta quarta-feira. O depoimento foi cancelado.
Caso ele fosse obrigado a ir a Brasília, deveria ficar em silêncio, já que negocia um acordo de delação premiada que é sigiloso. O presidente da CPI mista da Petrobras, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) disse que os líderes partidários com quem conversou concordaram que não era plausível trazer Youssef – preso em Curitiba – para depor na CPI mista e ele ficar em silêncio, mesmo se fosse numa sessão secreta.
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Responsável por marcar e remarcar as audiências, o peemedebista afirmou ter adiado por enquanto o depoimento de Youssef para depois de o doleiro encerrar o processo de delação premiada a que está se submetendo.
– Declinei temporariamente do depoimento dele, mas ainda vamos ouvi-lo – afirmou.
O presidente da CPI, contudo, criticou o fato de o doleiro dar declarações públicas à Justiça Federal em Curitiba (PR), mas se recusar a falar para a comissão parlamentar. Há três semanas, Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa prestaram depoimentos públicos à Justiça paranaense nos quais acusaram o tesoureiro do PT, João Vaccari, de ser o responsável por cobrar propinas de empreiteiras sob contratos da estatal. Em nota, Vaccari negou as acusações.
Por essas declarações, a oposição tentou, sem sucesso, aprovar um requerimento de convocação do tesoureiro do PT antes do segundo turno das eleições e ainda marcar o depoimento de Youssef, que já tinha requerimento de convocação aprovado pela CPI. Nenhuma dessas articulações prosperou.