Os indícios do fim de reinado de Yanukovich eram cada vez mais intensos neste sábado na Ucrânia, onde a oposição pediu ao Parlamento a destituição do presidente, que deixou Kiev na sexta-feira de noite.
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Manifestantes ucranianos teriam tomando o controle de Mezhigorie, a residência de campo de Yanukovich, localizada a cerca de 20 quilômetros de Kiev, de acordo com o Canal 5 da televisão local. A invasão ocorreu após Yanukovich deixar Kiev na sexta-feira de noite para viajar até Kharkiv, no leste do país, onde deveria se reunir com políticos de sua base. Segundo um dos líderes da oposição, Vitali Klitschko, o presidente deixou Kiev.
– Ele abandonou a capital – declarou Klitschko aos deputados no Parlamento, antes de pedir a “adoção de uma resolução que exija que Yanukovich apresente a renúncia”.
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FOTO: A Praça Independência antes e depois dos protestos
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Político pode ter deixado país
Outro deputado chegou a afirmar que o presidente abandonou o país. Mais cedo, jornalistas do Canal 5 informaram que entraram sem dificuldades na residência de Yanukovich, habitualmente muito vigiada, na periferia de Kiev. Manifestantes estavam a apenas 50 metros da entrada da presidência no centro da capital, outro local habitualmente submetido a uma rígida vigilância.
Além disso, muitos partidários do presidente renunciaram, um dia depois da assinatura de um acordo entre o governo e a oposição para tentar acabar com a crise no país, que deixou dezenas de mortos nos últimos dias.
Neste sábado, o parlamento ucraniano adotou uma resolução para a libertação “imediata” da líder opositora Yulia Timoshenko. O texto “prevê a libertação imediata de Yulia Timoshenko com base em uma decisão da Corte Europeia de Direitos Humanos”, explicou à AFP o deputado Viktor Shvets, jurista do partido Batkivshtchina, o mesmo da líder da Revolução Laranja pró-Ocidente de 2004.
Pressão da comunidade internacional aumenta
O acordo prevê importantes concessões de Yanukovich, sob crescente pressão da comunidade internacional: eleições presidenciais antecipadas, a formação de um governo de unidade nacional e o retorno à Constituição de 2004, que dá mais poderes ao Parlamento e ao governo.
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O braço direito da opositora ucraniana Yulia Timoshenko, Olexander Turchinov, foi eleito neste sábado presidente do Parlamento ucraniano, em substituição a uma pessoa ligada ao chefe de Estado Viktor Yanukovich.
Turchinov foi eleito em sessão parlamentar por 288 votos de um total de 450.
O ex-presidente do Parlamento, Volodymyr Rybak, renunciou depois que vários deputados do Partido das Regiões, a formação de Yanukovich, deixaram o partido.
– As autoridades da Ucrânia retomam o trabalho para estabilizar a situação – declarou.