O Ministério da Saúde anunciou ajuda da Força Nacional do SUS a Xanxerê, no Oeste catarinense, nesta quinta-feira (25), mesmo dia em que a cidade decretou estado de calamidade pública, lei seca e o fechamento de serviços não essenciais devido ao avanço da pandemia do coronavírus. O auxílio federal “chega a cidade a qualquer momento”, segundo informou o senador catarinense, Jorginho Mello (PL).
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O apoio ocorre em razão do colapso no sistema hospitalar pela falta de leitos para doentes com coronavírus, e do aumento de casos ativos na cidade – aqueles em tratamento e capazes de transmitir o vírus. Até às 10h desta quinta-feira (25), 27 pacientes com Covid-19 aguardavam leitos de UTI no Hospital Regional São Paulo (HRSP), e uma pessoas estava na fila do leito de enfermaria.
Um dia antes, o prefeito Oscar Martarello falou sobre a grave situação e chorou, em transmissão ao vivo nas redes sociais, enquanto pedia ajuda aos governos estadual e federal.
– Xanxerê está dando um grito de socorro para o Brasil. Hoje não se pede mais respirador. Precisamos do governo federal, do governo estadual. Das Forças Armadas. Precisamos remover esses pacientes para outros lugares. Não dá mais para falar em montar leitos de UTI aqui. Não temos tempo. Estamos desesperados, unidos, trabalhando virando a noite – disse, em tom apelativo.
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Logo após a coletiva de imprensa, autoridades estaduais e federais entraram em contato com o prefeito, sinalizando que auxiliariam a cidade.
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O Ministério da Saúde decidiu enviar dois técnicos nesta sexta-feira (26) para avaliar as necessidades do município e o que deve ser feito em relação à falta de leitos hospitalares e disse que enviará 10 respiradores para atender os pacientes. Já o Estado garantiu o envio de cinco respiradores para os leitos de UTI do Hospital Regional São Paulo.
– O município vem acionando os governos estadual, federal para que possam intervir nesse momento delicado em que nos encontramos. São inúmeros os nossos pedidos, mas pequenos em relação aquilo que Xanxerê precisa nesse momento, que é a transferência dos pacientes que estão na espera por uma vaga em um leito de UTI – destacou Martarello.
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Estado de calamidade pública
Depois de proibir a venda de bebidas alcoólicas em toda a cidade e reuniões de pessoas para o consumo a partir das 21h desta quinta, e de anunciar o fechamento dos serviços não essenciais, como comércio, aulas presenciais e atividades em indústrias, o prefeito de Xanxerê decretou estado de calamidade pública por 180 dias na cidade.
A situação no município é tão preocupante, que nesta quinta-feira (25), as forças de segurança se uniram em oração em frente ao Hospital Regional São Paulo (HRSP) e da Unidade Básica de Saúde Hélio dos Anjos Ortiz, para uma homenagem aos profissionais de saúde. O grupo contava com policiais civis, militares e bombeiros militares.
Em boletim da Secretaria de Estado da Saúde (SES) desta quinta-feira (25), Xanxerê já confirmou 5.740 casos e 56 óbitos pela Covid-19, tês mortes a mais do que no dia anterior. São 457 casos ativos na cidade.
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