Um dos grandes benefícios da internet é a possibilidade de conhecer bandas que dificilmente terão seus discos lançados oficialmente, no caso, aqui no Brasil. Natural do Texas (EUA), o Whiskey Myers estreou com o apenas razoável Road Of Life (2008), mas se encontrou musicalmente com Firewater (2011) e definitivamente caiu nas graças dos aficionados pelo southern rock com o imaculado Early Morning Shakes (2014).

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O fato de seus três discos serem consideravelmente distintos entre si gerou muita expectativa quanto à linha do novo trabalho, lançado há pouco sob o título Mud. O Whiskey Myers se associou a mais dois músicos extras e liberou um repertório não tão refinado quanto o do bem-sucedido Early Morning Shakes, fato que aproxima as novas canções ainda mais das raízes da música norte-americana.

Nesta vibe de não esquecer suas origens – e muito menos em não ser engessado por uma fórmula –, Mud oferece um prato cheio de diversidade estilística. Country (On The River), blues (Lightning Bugs And Rain), southern (Deep Down In The South), hard rock (Mud) ou a bonita balada orientada por piano (Stone), isso tudo já na primeira metade do CD.

Longe de ser estereotipado, Mud foi feito por jovens pacatos e apaixonados pelos velhos tempos, o que explica a completa ausência de modernidade em sua música – o que curiosamente também passa longe de soar antiquada. E, a cada álbum, fica cada vez mais nítido o fato de o Whiskey Myers, ao lado do conterrâneo Blackberry Smoke, serem os nomes mais promissores para continuar o legado forjado pelos pioneiros The Allman Brothers e Lynyrd Skynyrd. lml

Todas as resenhas de Males que vão para o Ben

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(Foto: Whiskey Myers / Divulgação)

Whiskey Myers: Mud

(2015 / Spinefarm Records – importado)

01. On The River

02. Mud

03. Lightning Bugs And Rain

04. Deep Down In The South

05. Stone

06. Trailer We Call Home

07. Some Of Your Love

08. Frogman

09. Hank

10. Good Ole Days (participação de Brent Cobb)

*Ben Ami Scopinho está há mais tempo em Floripa do que passou em sua terra natal, São Paulo. Ilustrador e designer no DC, tem como hobby colecionar vinis e CDs de hard rock e heavy metal. E vez ou outra também escreve sobre o assunto.