Reações alérgicas, desconfortos gastrointestinais e comprometimento dos objetivos nutricionais. Estes são alguns dos problemas que podem ser causados pelo consumo de whey protein adulterado, segundo a nutricionista esportiva Duda Andrade. Recentemente, o Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou a suspensão da venda de 48 marcas por suspeita de adulteração dos suplementos alimentares.
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— Há também o comprometimento dos objetivos nutricionais, já que a quantidade de proteínas declarada no rótulo pode não corresponder à realidade, resultando em uma ingestão proteica insuficiente — diz a nutricionista.
A medida do Ministério da Justiça foi adotada após a Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri) enviar ao governo um estudo apontando adulterações nos produtos por não apresentarem a quantidade de proteína informada nos rótulos.
Ainda conforme a nutricionista, a substituição de proteínas por carboidratos ou por outros compostos podem impactar negativamente a composição corporal e os resultados esperados, “especialmente em indivíduos que buscam hipertrofia muscular ou emagrecimento”.
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— O whey protein não é obrigatório para todas as pessoas e deve ser usado de forma estratégica. Ele é recomendado em situações em que o aporte proteico adequado não pode ser alcançado apenas pela alimentação, seja por dificuldade no preparo de refeições, por restrições de tempo ou por necessidades nutricionais elevadas — complementa.
Como o whey protein age no organismo
Como escolher o whey protein ideal?
A escolha do whey protein deve ser individualizada e deve considerar o contexto de cada pessoa, explica Duda. Segundo ela, existem três principais tipos no mercado:
I. Whey concentrado: contém entre 70-80% de proteína, além de pequenas quantidades de gordura e lactose. É a versão menos processada e, geralmente, a mais acessível.
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II. Whey isolado: passa por um processo de filtração mais rigoroso, atingindo cerca de 90% de proteína e sendo praticamente livre de lactose e gordura. O termo “isolado” refere-se à sua baixa quantidade de carboidratos. Ideal para intolerantes à lactose ou pessoas com desconfortos gastrointestinais ao consumir a versão concentrada.
III. Whey hidrolisado: submetido à hidrólise, que quebra as proteínas em peptídeos menores, facilitando a digestão e absorção. Indicado para pessoas com problemas de digestão ou alergia leve à proteína do leite. Embora o whey hidrolisado tenha um processo de absorção mais rápido, estudos indicam que essa velocidade não tem impacto significativo na hipertrofia muscular.
— O fator mais relevante para ganhos musculares é o consumo adequado de proteína total ao longo do dia, seja por meio de alimentos ou suplementos — pontua a nutricionista.
O que considerar ao escolher um whey protein, segundo a nutricionista:
– Orçamento: o whey hidrolisado costuma ser mais caro, mas versões concentradas e isoladas já atendem bem na maioria dos casos.
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– Necessidades específicas: intolerantes à lactose podem preferir o isolado, enquanto quem busca praticidade pode optar por qualquer versão que se adeque ao paladar e à rotina.
– Preferências alimentares: avaliar o sabor e a composição é essencial para garantir a adesão ao uso.
A nutricionista esportiva diz que, apesar de o whey protein ser amplamente utilizado por praticantes de musculação e ser uma das proteínas mais estudadas no contexto de hipertrofia muscular, é fundamental tratá-lo como um suplemento, e não como um substituto alimentar:
— Sempre oriento priorizar alimentos ricos em proteínas, como ovos, carnes, iogurtes e leguminosas, que também oferecem outros nutrientes essenciais. No consultório, observo que a maioria dos pacientes consegue atender às suas necessidades proteicas apenas com alimentos. A escolha do whey protein deve ser orientada por um profissional, garantindo que atenda às necessidades individuais de forma segura e eficiente.
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O que diz a Basnutri sobre o estudo?
A Associação Brasileira dos Fabricantes de Suplementos Nutricionais e Alimentos para Fins Especiais (Brasnutri) se manifestou após a suspensão das marcas de whey protein. A entidade alegou que a medida leva em consideração um laudo de 2022, com produtos que nem são mais comercializados atualmente. Confira abaixo a nota na íntegra:
“A BRASNUTRI esclarece que a proibição recente de comercialização de produtos whey protein anunciada pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) é infundada. A Secretaria leva em consideração um laudo realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri) em 2022, de produtos que nem sequer são comercializados atualmente.
Além disso, é importante reforçar que os laudos divulgados pela Abenutri não seguem padrões técnicos ou regulatórios estabelecidos pelos órgãos competentes e não são chancelados pela Anvisa e pelos demais integrantes do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária – SNVS, entidades oficiais responsáveis pela análise e fiscalização de produtos deste mercado.
Os laudos mencionados estão sob investigação do Tribunal de Justiça de São Paulo, em ação judicial que já apontou inconsistências metodológicas e destacou a “falta de certeza quanto à confiabilidade das conclusões” ali apresentadas. Em nota técnica anexada ao processo, os farmacêuticos Jamaira Moreira Giora e Dirceu Barbosa (ex-presidente da Anvisa), também destacaram que não há clareza em relação aos aspectos legais e sanitários utilizados nas análises laboratoriais.
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A BRASNUTRI defende um mercado transparente e mais seguro, com base na ciência, e está à disposição para trabalhar em conjunto com órgãos reguladores para garantir o direito dos consumidores a informações confiáveis e reconhecidas pelas autoridades competentes.
BRASNUTRI – Associação Brasileira dos Fabricantes de Suplementos Nutricionais e Alimentos para Fins Especiais“
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