“O WhatsApp é o sistema operacional do Brasil”. Assim Guilherme Lopes, Chief Product Officer (CPO) do RD Station, resumiu a importância do mensageiro da Meta (ex-Facebook) para o mercado brasileiro. Afinal, são mais de 160 milhões de contas ativas somente no Brasil – 99% dos brasileiros usam o aplicativo, segundo dados da própria plataforma. Sendo assim, era de se esperar que o “Zap” se tornasse também o queridinho do mercado.

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A integração do RD Station com o WhatsApp, anunciada pelo próprio CEO, Eric Santos, junto com Guilherme Horn, head do Whats no Brasil, foi o principal anúncio no primeiro dia de Summit. Mas não parou por aí. Nas conversas – e em muitas das palestras – o mensageiro que Mark Zuckerberg comprou em 2014 por US$ 16 bilhões virou o tema central.

O próprio Guilherme Lopes focou sua palestra no WhatsApp, lembrando uma experiência ousada durante a pandemia: quando comprou um carro, sem mesmo vê-lo, pelo mensageiro. “Caí num bot, fui qualificado, o vendedor mostrou o carro, fez um vídeo, negociei, fiz contrato, paguei, não vi a loja, ela nem era da cidade! Tem gente que achou que eu era ousado, mas vieram entregar o carro. Dou esse exemplo de que a venda complexa foi para o WhatsApp. Quer a gente queira, quer não, as vendas da nossa empresa já estão lá”, explicou.

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Numa das palestras seguintes foi a vez de Cristiano Nóbrega, CEO e fundador da Tail, plataforma de inteligência de Data Marketing, da Totvs – empresa que, em março de 2021, comprou a RD por R$ 1.86 bilhão, numa transação impressionante – falar, ainda que lateralmente, do WhatsApp. Citando frameworks e modelos de como trabalhar os dados, o mensageiro estava ali, em alguns pontos do fluxo, sobretudo nas pontas, sempre em contato com o cliente.

Claro, o WhatsApp seria ainda o centro de uma palestra inteira — a de Guilherme Horn. Citando a “nova era dos negócios”, Horn lembrou que, no ínicio, os negócios eram feitos pessoalmente. Evoluíram para correio, telefone, sites e, agora, chegou a vez dos aplicativos assumirem a missão. Segundo Horn, 82% dos usuários do app querem ter a opção de se comunicar com uma empresa por meio de mensagem. E 70% enviam mensagens para uma empresa ao menos 1x por semana. 

Mas o dado que mais chama atenção é, sem dúvida, que 60% dos usuários dizem que preferem fazer uma compra por mensagem do que ir à uma loja – os dados são da pesquisa Business Messaging Usage, da Kantar, de abril de 2022. Ainda segundo Horn, o clique para o WhatsApp é o formato de anúncio que mais cresce na Meta.

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Guilherme Horn, Head do WhatsApp no Brasil-Meta
Guilherme Horn, Head do WhatsApp no Brasil-Meta (Foto: Fabrício Vitorino/NSC)

E o alerta máximo foi deixado pelo Head do WhatsApp no Brasil: a Meta cuida com afinco para que a plataforma não se torne veículo de spam. Por isso, seu conselho máximo é não enviar mensagens irrelevantes – ou indesejadas – para sua base de usuários. “Muitas pessoas me procuram para pedir ajuda com contas banidas”, ele diz, acrescentando que, na maioria das vezes, esses números foram bloqueados simplesmente por terem sido usadas para enviar mensagens que o vendedor achava relevante. Mas o consumidor, não.

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Por isso, Horn deixa um aprendizado com três mandamentos para o bom uso do WhatsApp no seu negócio: pedir permissão do cliente para enviar mensagens (o velho opt-in), criar mensagens altamente personalizadas e úteis e, por fim, evitar enviar mensagens aos clientes com muita frequência. 

Neste primeiro dia, por alguns momentos, parecia que tivemos mais que uma parceria entre a RD/Totvs e o WhatsApp/Meta. “Será que eles foram comprados?”, me perguntou um colega. Certamente, não. Mas entenderam que, se a comunicação é a base de toda venda, o WhatsApp – e seus bots que trabalham 24/7 sem nunca deixar o usuário sem resposta – são uma excelente solução. Afinal, é difícil discordar que o “zap” é o sistema operacional do Brasil.

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