O artista chinês Ai Weiwei reunirá milhares de coletes salva-vidas abandonados por imigrantes na ilha grega de Lesbos para criar, em Berlim, uma obra dedicada a este êxodo e às suas vítimas – anunciaram autoridades locais, nesta terça-feira.
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A prefeitura de Lesbos, que se tornou o principal ponto de entrada dos imigrantes na Europa, “doou 14 mil coletes salva-vidas” para este projeto, de acordo com nota divulgada pelo governo local.
“O objetivo da obra é mobilizar a comunidade internacional contra o crime cometido diariamente no mar Egeu pelos traficantes de pessoas”, completou o texto.
Os coletes salva-vidas carregados pelos refugiados e imigrantes, que migram em massa para a Europa depois de cruzarem o mar Egeu entre Turquia e Grécia, tornaram-se o símbolo deste êxodo e de seus perigos.
A maioria é fabricada na Turquia e não oferece qualquer proteção em caso de naufrágio.
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Nos últimos meses, o artista dissidente chinês multiplicou suas iniciativas para denunciar as políticas europeias que, segundo ele, põem em risco a vida das pessoas que tentam chegar ao seu território.
Em janeiro, ele anunciou sua intenção de criar um memorial em Lesbos, em homenagem àqueles que se afogaram durante a travessia.
Segundo as últimas estatísticas publicadas pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), 272 pessoas faleceram no mar Egeu somente em janeiro de 2016.
Nesta terça-feira, nove imigrantes, entre eles dois recém-nascidos, morreram afogados perto da costa turca, quando tentavam chegar à Grécia.
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