Os Estados Unidos não estão em posição, “no momento”, de dizer com certeza se ocorreu uso de armas químicas na Síria na quarta-feira, declarou nesta quinta-feira o Departamento de Estado americano.
Continua depois da publicidade
– Neste momento, somos incapazes de determinar definitivamente se foram usadas armas químicas – segundo a porta-voz da diplomacia americana, Jennifer Psaki, acrescentando que “o presidente (Barack Obama) ordenou que os serviços de inteligência reúnam o mais rapidamente possível relatórios adicionais” sobre tais alegações.
– Estamos focados a cada minuto de cada dia, desde os acontecimentos de ontem (quarta-feira), para fazer tudo em nosso poder a fim de esclarecer os fatos – acrescentou.
Se os Estados Unidos concluírem que o regime sírio realmente recorreu ao uso dessas armas químicas, seria uma “escalada flagrante e escandalosa”, ressaltou Psaki.
A Casa Branca tem sido pressionada pela imprensa e por parlamentares que esperam uma resposta após a suposta utilização de armas químicas por parte do regime sírio contra rebeldes e civis.
Continua depois da publicidade
O senador republicano John McCain, que foi candidato nas eleições de 2008 contra Obama, acusou o governo democrata de se manter passivo frente à guerra civil.
“Há um ano, o presidente disse que o uso de armas químicas na Síria marcaria a ultrapassagem de uma linha vermelha”, escreveu McCain em um comunicado, referindo-se ao limite estabelecido por Obama em 20 de agosto de 2012.
“Mas, como essas ameaças não tiveram nenhuma consequência verdadeira, não tiveram eco”, acrescentou o senador. “A matança continua. (Bashar) Al-Assad se mantém no poder e continua, ao que parece, usando armas químicas contra civis”, frisou.
Em entrevista à rede CNN, McCain reiterou suas acusações e disse que, em vez de temer “uma linha vermelha que mudaria a situação”, o presidente sírio a interpretou como um “sinal verde”.
Continua depois da publicidade
O senador voltou a reivindicar “ataques militares limitados” sobre a Síria, o estabelecimento de uma “zona de exclusão aérea” e a entrega de “boas armas aos rebeldes”.
Congressistas democratas também pediram uma resposta firme ao governo Obama.
Nesta quinta, o presidente francês, François Hollande, falou no “uso provável de armas químicas” em uma conversa por telefone com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. O ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, convocou uma “reação de força” na Síria.
O secretário de Estado americano, John Kerry, reuniu-se hoje com Fabius, informou a porta-voz.