Na canção que abre seu disco mais recente, Wander Wildner afirma que tudo parece mais simples – tanto, que ele se pega cantando outra vez. E parece que a nova percepção de vida do cantor e compositor gaúcho ultrapassa os versos de O Breakfast do Tio Dylan, novo single de Moconchini Folksom (disponível no site oficial do artista) e que acabou de ganhar videoclipe. Indício desta constatação é a voz mansa que ele usou para responder por telefone às perguntas do Santa.

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Aparentemente alheio às críticas, o músico nascido Wanderley Luis Wildner é um cinquentão que não tem medo de gritar aos quatro cantos que não consegue ser alegre o tempo inteiro – e diz nem se importar muito com isso. Mesmo familiarizado com a rotina da estrada, ele demonstra saber que no sorriso dos amigos é que reside o velho Wander, aquele que torce para o Grêmio bebendo vinho.

E é justamente o apego à amizade que o traz a Blumenau para dois shows neste fim de semana: um às 22h desta sexta-feira, no Don Lucchesi Pub, e outro mais especial (e fechado), domingo, para comemorar o casamento de um amigo.

– Estou indo praí porque tem o Festival da Cerveja e o casamento do [Gustavo] Kaly (integrante das bandas Os Últimos Românticos da Rua Augusta e Stuart). Vou fazer um show com ele, e aí aproveitei a viagem pra marcar um outro na sexta. No Festival eu vou estar com a minha cerveja, a Labareda, e quem sabe sai um som por lá. É uma visita para ver os amigos e eu vou aproveitar pra me apresentar também – comenta Wander.

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Ele conta que trará à cidade as canções do novo disco, mas que os clássicos – como Eu Tenho Uma Camiseta Escrita Eu Te Amo e Bebendo Vinho – também vão fazer a alegria dos fãs:

– É uma setlist bem variada, pra quem gosta mesmo do que eu faço.

Abaixo, veja o que Wander tem a dizer sobre a interação com o público e as descobertas musicais dos últimos tempos:

Você é do Sul e tem um público fiel na região. Sente alguma diferença na interação com as plateias “de casa” em relação ao resto do Brasil?

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Wander – Não sinto essa diferença, pra mim é tudo uma questão de energia das pessoas, do lugar onde eu vou tocar, com que banda eu vou tocar naquela noite. É claro que há lugares com pessoas que se comportam de outra forma. Vim de um show em Recife, por exemplo, e as pessoas lá dançam mais porque é um costume delas, sabe? Talvez em Santa Catarina, onde tem muitos alemães, não se dance tanto (risos). Mas isso não pode fazer diferença pra mim, o que importa é o show que eu vou fazer. Eu não tenho controle sobre o astral do público, o meu trabalho é cantar. E eu sigo cantando.

Como você define o seu som?

Wander – Eu não defino (risos). De acordo com a inspiração, a música sai de um jeito ou de outro. Depende de como eu quero apresentar meu som, entende? Se tu for ouvir o último disco que eu lancei, tu vai ver que é uma coisa bem folk. Gravei com violão e voz, e outras pessoas participaram com gaita, guitarra… O próximo eu não sei como vai ser. Pode sair um funk, um reggae, um brega… Não tenho um estilo só, uma coisa só, acho isso muito pobre. A minha ideia é sempre ter uma boa história pra contar e uma boa melodia. É isso que eu procuro.

Vamos falar de música: o que você tem ouvido nos últimos tempos?

Wander – Estou sempre descobrindo coisas novas. Ultimamente tenho ouvido Lucius, The Wave Pictures e Edward Sharpe & The Magnetic Zeros. São bandas bem legais e que viajam muito, como eu.

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Confira abaixo o clipe da música O Breakfast do Tio Dylan: