Depois de meses de sigilo, o grupo norte-americano Walmart inaugurou nesta quinta-feira, no Boehmerwald, o primeiro mercado de vizinhança na cidade. Com a bandeira “Todo Dia”, o grupo entrou para o comércio de bairro com preços competitivos. Na vizinhança, comerciantes esperam que a rede aumente o fluxo de pessoas na região, mas já preparam estratégias para que o gigante não seduza seus clientes.

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O Walmart investiu R$ 5,4 milhões na primeira loja do fomato em Santa Catarina e estima que três mil produtos – de artigos de mercearia a eletroeletrônicos – estejam disponíveis nas prateleiras.

Outros bairros da cidade, como o Costa e Silva e o Iririú, também devem receber unidades em 2012, apesar de o grupo dizer que não tem novidades sobre planos de expansão na cidade. Em todo o Brasil, há 160 mercados “Todo Dia”.

Na loja do Boehmerwald, 50 funcionários trabalham em uma estrutura de 980 m². Em breve, uma farmácia será aberta junto ao “Todo Dia”. O local conta ainda com 38 vagas em seu estacionamento, um bicicletário e o horário de atendimento similar ao de suas grandes lojas na cidade, atendendo, de segunda a sábado das 8h30 às 21 horas, e aos domingos, das 9 horas às 19 horas.

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Segundo o diretor de operações do” Todo Dia” na região Sul, Flávio Rois, a chegada da loja em Joinville representa um novo passo para o Walmart.

– Temos como posicionamento de mercado priorizar a otimização de custos, repassando essa economia para o consumidor final. Sendo assim, as lojas alcançam um diferencial de preços em relação aos praticados pela concorrência.

Há 11 anos trabalhando com os pais em uma padaria localizada na esquina do concorrente, Elisete da Silveira Oliveira diz não temer a chegada do novo vizinho.

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– Acho que não teremos um impacto muito forte com o mercado. Pode ser que o nosso fluxo de clientes seja até maior -, diz, enquanto o cheiro de pão francês saindo do forno toma conta do ambiente.

Logo ao lado, os gerentes do Mercado Oriente, Estevan Wu e Edson França, dizem que estão estudando os preços do concorrente e não acham que haverá diferença.

– Eles têm um custo também para manter o negócio e uma loja como a deles é mais cara do que a nossa. E nós também estamos praticando bons preços, procurando negociar com fornecedores -, explica Estevan.

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Para Edson, a fidelidade dos clientes do bairro também contará pontos para mantê-los fortes.

– Não vai ser fácil para eles chegarem aqui e serem aceitos. O nosso cliente vem aqui porque nos conhece.

Redes locais temem avanço nos bairros

As redes de pequenos mercados apoiadas pela Associação Empresarial de Joinville (Acij) e a Associação de Joinville e Região das Micro e Pequenas Empresas (Ajorpeme), a Unicerta e a Masterville, estão preocupados com a ida do Walmart para os bairros.

– Temos de ficar de olho, mas pelo que estamos vendo, os preços não serão muito diferentes. Alguns empresários contaram que alguns representantes deles estiveram em seus mercados pesquisando preços, então é sinal de que eles estão se baseando na gente para saber como irão atuar -, diz o presidente da rede Unicerta, Ilson Amaral.

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Para o diretor comercial da rede Masterville, Nicanor Smolski, os pequenos comerciantes dos bairros podem esperar uma queda nas vendas com a chegada do concorrente. Ele acredita que é natural o consumidor sentir curiosidade de experimentar uma novidade.

– Mas os mercadinhos se manterão fortes, porque nós sabemos o nome do nosso cliente, conhecemos o que ele gosta e estamos sempre prontos para ajudá-lo, característica que não é comum em grandes redes.