O surfe é a paixão de Waldemar Wetter Neto, 53 anos. A sua ligação com o esporte fez com que fosse escolhido para conduzir a tocha olímpica em Balneário Camboriú e ele sente muito orgulho dessa missão. Bilo, como é conhecido na cidade, montou uma escola de surfe há 19 anos para inserir crianças carentes na sociedade, usando o surfe como ferramenta.
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-Sou extremamente grato por trabalhar com crianças porque vejo a esperança todos os dias através do sorriso delas. E é essa esperança que vai estar comigo quando for carregar a chama olímpica – reflete Waldemar.
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A paixão pelo surfe aconteceu naturalmente. Como não havia muitas opções de lazer em Balneário Camboriú na década de 1970, foi na água que ele e os amigos encontraram diversão. Um dia, ao assistir uma matéria na televisão sobre surfe no Havaí, Waldemar teve certeza de que era com aquele esporte que gostaria de trabalhar a vida inteira, e assim foi.
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Começou a pegar ondas com pranchas de madeirite ou isopor, materiais disponíveis naquela época.
-Não tínhamos roupa de borracha e nem equipamentos apropriados. Criamos a cordinha para amarrar a prancha, comprávamos parafina bruta em farmácias, derretíamos e misturávamos com óleo mineral para amolecer. Fazíamos tudo para garantir nosso divertimento na água – relembra.
Waldemar foi o primeiro surfista da cidade a ter uma prancha de fibra de vidro, em 1973, trazida do Rio de Janeiro por um amigo de seu pai.
Divertimento e profissão
Além de ser atividade de lazer e divertimento, o surfe virou a profissão de Waldemar, que competiu profissionalmente por 10 anos. Ele participou de campeonatos estaduais e nacionais e nos anos de 1984 e 1985 chegou a participar do circuito brasileiro, sendo que no último ano terminou em terceiro lugar.
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Clique na imagem e confira o perfil dos condutores da tocha olímpica em SC:
Problemas financeiros fizeram com que Waldemar abandonasse o surfe enquanto carreira. Com a falta de patrocínio, não teve suporte para bancar as viagens e desistiu das competições. Mas não do esporte. Ele montou uma escolinha para ensinar a arte de pegar onda a crianças da cidade.
-Cada dia de surfe é um dia diferente do outro e foi isso que sempre me motivou no esporte. Surfar é uma aventura diária – completa.