O treinador do Brusque, Waguinho Dias, está com moral na cidade depois de ter conquistado o acesso no último domingo jogando em casa. O nome dele não sai mais da boca do torcedor, tanto que após o jogo, 4,6 mil pessoas entoaram o nome do técnico. Mas afinal de contas, quem é a figura que não para de falar na beira do campo? Quem é o homem que organizou uma defesa sólida e fez o Brusque quase invencível dentro de casa? A reportagem do Santa conversou com Wagner Santos de Souza Dias, o Waguinho, que falou sobre o reconhecimento da torcida, carreira e as suas ambições.

Continua depois da publicidade

Quem é o Waguinho Dias?

É uma pessoa humilde, uma pessoa simples que quer crescer através do seu trabalho, sempre com muita amizade, sempre tentando fazer o melhor para as pessoas, tentando a todo instante melhorar o atleta, não só mostrando pra ele a vida de treinamento, mas também sobre a vida lá fora, na vida familiar. Então, eu procuro de todas as maneiras orientar todas as pessoas ao meu redor pra que elas sejam cada vez melhores. Essa é minha maneira de agir, que aonde eu vou ou quem estiver comigo eu penso em melhorar. É assim que eu convivo com a minha família, dentro da minha casa.

Por que você acha que o torcedor gosta tanto de você aqui no Brusque?

Por eu já ter sido gestor isso acaba influenciando numa parte estrutural e faz com que todos entendam qual é o modelo que se precisa alcançar para ter resultado e isso acaba passando para o torcedor, pra que ele também compre a ideia. Ele também não pode só criticar ou entender que é só os noventa minutos, é o dia a dia também. E nesse dia a dia, o que a gente procurou fazer aqui foi passar pra torcida o que estava sendo trabalhado com maior transparência. Então, todo mundo assimilou isso o jogadores entenderam que o momento era oportuno e que tinham que se entregar o máximo, os resultados começaram a aparecer, e com os resultados aparecendo a torcida compra a ideia.

Continua depois da publicidade

Entende que você já é uma celebridade em Brusque?

Celebridade eu acho que é muito forte pra falar né. Acho que a gente acaba se destacando pelos resultados, e nas minhas entrevistas eu procuro enaltecer o clube, enaltecer quem está a volta e o torcedor acaba entendendo que você vira um ídolo porque a minha maneira de jogar é ofensiva, é pra frente. É buscando gols, é buscando resultados e hoje o nosso futebol está carente disso. Então o torcedor acaba gostando de tudo isso e você se torna ídolo. É logico, eu fico contente pelo reconhecimento, fico feliz por tudo o que está acontecendo. Eu vou fazer 56 anos, então já passei por muita coisa e vejo que é preciso ter muito equilíbrio.

Você tem algum ídolo?

Quando eu jogava eu gostava muito do Rivelino e do Zico. Esses dois eu sempre considerei muito quando eu era atleta, sempre gostei de mais. Como treinador, teve uma pessoa que eu sempre admirei que foi o Vadão, hoje técnico da Seleção Brasileira Feminina. A maneira dele agir sendo muito calmo, paciente, estudioso e muito tático faz dele uma pessoa que eu admiro também nessa parte com técnico.

Aonde você quer chegar com o Brusque ou na sua carreira?

Dentro da carreira, você sempre projeta em treinar uma seleção ou clube grande da Série A, as coisas vão passando e hoje eu estou muito satisfeito em estar treinado o Brusque. Mas ninguém é hipócrita de que se aparecer uma situação de uma Série B, ou se aparecer a oportunidade de projetar melhor o lado financeira também, a gente quer. Eu tenho esses objetivos na minha vida. Se eu te disser que eu possa treinar um Vasco, um Corinthians ou o São Paulo, hoje talvez não porque estou bem aqui. Mas se aparecer alguma posição no exterior, que também tenho vontade de conhecer outras culturas trabalhando com futebol.