Ele chegou com a desconfiança da torcida, com o grupo questionado, com o clube em ebulição. Mas veio determinado, e respondeu com muito trabalho desde o primeiro minuto que está no clube. O técnico Wagner Lopes recebeu a reportagem do Diário Catarinense para falar um pouco de seus planos, método de trabalho e expectativas.
Continua depois da publicidade
Criciúma estará diante do Botafogo sábado às 21h:
Com Galatto de volta, Criciúma já está escalado. Veja o time!
Silvinho ganha espaço no Criciúma e espera crescer no ataque
Confira detalhes da história dos catarinenses no Campeonato Brasileiro
Continua depois da publicidade
Diário Catarinense – Qual seu estilo de abordagem com os jogadores?
Wagner Lopes – Eu sempre trato todo mundo da melhor maneira que eu posso, com respeito, mas com cobrança. Eu cumprimento todos, faço questão de dar energia, de dar a mão, de saber como está, se está melhor, se está cansado, porque eu acho que é uma troca. A gente é pago pelo Criciúma, temos que fazer de tudo pelo clube. E a partir do momento que você trata o jogador com respeito, ele vai te respeitar. E eu fui muito bem recebido, o grupo é muito bom, trabalhador, não tivemos problema nenhum. Espero que continue assim.
DC – O que é mais urgente resolver no Criciúma?
Wagner Lopes – Vencer. O que fazer para vencer, na minha visão, é continuar a união, continuar um correndo pelo outro. Tem uma frase que eu gosto muito: nenhum de nós é tão forte quanto todos nós juntos. Pode ter certeza que a união faz a diferença. E no caso do Criciúma, se juntar união e companheirismo com o talento que eles têm de sobra, a gente vai buscar vitórias.
DC – Quais suas expectativas a partir do que encontrou?
Wagner Lopes – A primeira coisa é, até a Copa do Mundo, fazer bons jogos, tirar o Criciúma de qualquer situação de risco. Levar o Criciúma para parte de cima da tabela. Ganhar. Cada jogo, para mim, é como se fosse um recomeço, é como se fosse o jogo da minha vida. Vale muita coisa.
DC – A Série A começou após a vitória sobre o Figueirense?
Wagner Lopes – Esse é o sentimento que eu tenho, de que agora sim está com união, com aspecto de família, com comprometimento, todo mundo olhando nos olhos, ninguém desconfiando de ninguém e com muita disposição para trabalhar. Com critério, discernimento, com bom senso, sem querer machucar ninguém.
Continua depois da publicidade
DC – E o grupo? Falta um atacante de área?
Wagner Lopes – Nós reintegramos o Rodrigo Silva, ele tem se esforçado muito. O Cristiano está no departamento médico, estamos esperando ele voltar. O grupo não está fechado, mas quero valorizar os jogadores que estão aqui. Não quero valorizar um nove que ninguém acha, que ninguém viu, que todo mundo quer. Quero valorizar Lucca, Silvinho, Rodrigo Silva, Cristiano, todos os que fazem parte do elenco a gente quer valorizar. Mas, se o mercado abrir oportunidade e tiver um grande jogador que possa vir e aumentar ainda mais a qualidade do clube, estão abertas as portas. A diretoria também já falou isso.
DC – Então dá para considerar o Rodrigo Silva o número nove?
Wagner Lopes – Se ele fizer três gols no próximo jogo, dois gols no próximo, não pode ser? Ele fez muitos gols no ABC. Eu sou muito positivo e gosto de dar oportunidades. A gente espera reabilitar o Lucca, que ele volte a ter confiança. Até mesmo o Bruno Lopes, que tem muito potencial. Temos que ver as soluções que temos em mãos. Quero resolver os problemas com quem está aqui se matando pelo Criciúma.
DC – Você é um adepto da tecnologia, ela é sua parceira como método de trabalho?
Wagner Lopes – Nós temos um programa simples, é um software que mostra um campo de futebol em quadrantes. Nós vamos armazenando os dados durante o jogo e nosso analista de desempenho vai clicando quantas vezes nós erramos, quantas interceptações, quantos passes errados, quantos cruzamentos, quantos chutes, quantas finalizações certas, tudo online. No final do jogo ele traz para mim com um mapa do jogo, onde acertamos e onde erramos, com todos os números. Por ali eu sei se a análise visual que eu estou fazendo está coerente ou não. Então eu tenho números pra falar para os jogadores o quanto nós estamos errando. É uma forma de cobrar em cima de estatística, de números.