O Diário Catarinense entrevistou os três candidatos à prefeitura de Chapecó. Confira abaixo a entrevista com o candidato Luciano Buligon (PSB):

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DC – Apesar de exercer um mandato recente, o senhor é apoiado pelo grupo que comanda a cidade há quase 12 anos. Não teme herdar desgaste?

Buligon – Na balança do desgaste e dos ganhos, os ganhos são muito superiores. É só fazer uma comparação do que a nossa economia gerava em 2003, 2004. Qualquer setor que quiser comparar, são sempre superavitários os ganhos. Não tenho receio do desgaste, fico motivado com o apoio. Receber o apoio do grupo político que resgatou a autoestima da cidade, consolidou alguns segmentos econômicos e ainda fortaleceu o agronegócio. Um governo de 12 anos desgastado? Com todo o respeito, isso não cabe para Chapecó.

DC – Você foi eleito como vice pelo PMDB. O que foi decisivo para sair do PMDB e ir para o PSB?

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Buligon – Por estar em sintonia com esse grupo político que tem a articulação política de 2004 para cá e não o PT, não o PCdoB. O deputado Valdir Colatto, que preside o partido (PMDB), faria com que eu estivesse forçadamente com a esquerda em Chapecó. Isto para mim foi decisivo. Não estou, nunca estive, nunca estarei. Eles não têm um projeto para Chapecó, têm um projeto nacional. O único motivo seria as desavenças que tive com o Colatto, desavenças partidárias.

DC – O senhor assumiu a prefeitura porque o prefeito anterior (José Caramori) assumiu o Badesc. Aprova um prefeito eleito deixar o posto para assumir outro cargo?

Buligon – Nesse caso eu aprovo. Ele não usou a prefeitura como trampolim. O cidadão ter o desprendimento de sair da prefeitura para ir presidir um banco e, em seis meses, aquele banco te oferecer R$ 20 milhões para ajudar a resolver os problemas da prefeitura, acho que é um ato nobre. Toda renúncia é muito difícil. Eu teria muita dificuldade em renunciar. Mas ele saiu de um posto para continuar ajudando.

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DC – Como acomodará todos os interesses se eleito?

Buligon – Quando você ajusta a coligação, tem de dar os meios de como vai trabalhar caso todos ganhem a eleição. Com os partidos está muito claro que o tamanho do partido será o tamanho dos votos nas urnas. Quem vai definir são os votos. É o critério mais justo de compor um governo. Conto pelo número de votos que o vereador do partido fez. Fez 12%, vai ter 12% de participação no governo. Mas posso assegurar: não vou usar os 423 cargos comissionados. Vou remanejar e enxugar. Hoje estou com 61% dos cargos ocupados.

Que mudança haverá da gestão anterior para um eventual próximo mandato?

Buligon – Nesses oito meses ficou bem claro. Fui o único prefeito da história de Chapecó que foi ao encontro do Sindicato dos Trabalhadores. Isto é um ato que demonstra de que forma enfrento os problemas. Chapecó cresceu muito no conhecimento, temos a indústria das universidades. Precisamos fazer com que o conhecimento fique. O desafio é agregar conhecimento às nossas vertentes econômicas. Para isso, tenho que incentivar o Parque Tecnológico, 90% pronto. E também o condomínio de inovação e tecnologia, uma área que o município vai ceder.

DC – O que pode ser feito em termos de áreas de convivência?

Buligon – Tivemos um ganho muito grande em 2014, que foi a consolidação do plano diretor novo. Ele não admite que se faça um loteamento sem que tenha ciclovia, parque, áreas verdes. o futuro está garantido, o problema é o passivo do passado. Vou aplicar o plano de mobilidade. Mas vai sair do papel? Já saiu. A São Pedro já tem o primeiro corredor de ônibus. Com projetos na área do Ministério das Cidades, temos aquele da macrodrenagem. O projeto do Verdão, que é de caminhadas, de esportes. A menina dos meus olhos será a Praça da Família, que vamos construir no São Pedro, tirando efetivamente onde nós temos a garagem, construindo a lagoa, um parquinho de caminhadas, o Poupa-Tempo Chapecó, área onde terá serviços.

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DC – O transporte coletivo precisa de soluções…

Buligon – Tive a coragem de anular o edital e criar uma comissão. Criamos uma comissão interdisciplinar. Temos um combinado, vamos fazer isto depois das eleições para que não haja nenhuma celeuma. Vamos criar um edital, ele está praticamente feito. E vamos publicar este ano. O nosso transporte ainda é muito antigo, precisamos ajustar na legislação da mobilidade urbana, da acessibilidade. A tarifa do transporte em Chapecó é uma das mais baratas do Estado. E ela vai continuar sendo módica.

DC – O senhor fala em melhorias no aeroporto, na rodoviária, na Arena Condá por meio de PPPs. Não haverá resistência à adoção desses modelos?

Buligon – Questão aeroportuária não é do prefeito. A boa ideia é o que Maringá (PR) fez. Tinha um aeroporto público, municipal, em que fizeram uma parceria público-privada. Não estou passando o patrimônio para ninguém. Estou passando para quem possa investir. Para Chapecó conseguir colocar uma televisão tem de fazer licitação, passar por um processo traumático. Para colocar um restaurante tem que fazer licitação… Mas, se eu passar para uma PPP, o próprio instituto libera para que eu traga qualidade. Posso ter um bom restaurante, hotel, shopping. Aeroporto, rodoviária e Arena Condá tiveram apoio do prefeito até o ponto de se consolidar. Aí deixa o prefeito cuidar do asfalto, dos postos de saúde, daquilo que precisa cuidar.

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Nuvem de palavras do candidato