Já está aberto o júri popular do 2º Prêmio RBS de Educação. O concurso vai premiar iniciativas de educadores que desenvolvem projetos de mediação de leitura e de jovens com propostas de incentivo à leitura em três categorias: Escola Pública, Escola Privada e Jovens Protagonistas.

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:: Conheça as finalistas catarinenses da categoria Jovens Protagonistas

Promovido pela Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, com assessoria técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), o concurso premia práticas em qualquer área do conhecimento – não apenas em Português e Literatura – em escolas públicas e privadas de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.

Foram 1.223 textos inscritos nos dois Estados – especialistas em educação definiram os 16 melhores projetos. Serão R$ 156 mil distribuídos entre finalistas, vencedores e instituições.

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COMO VOTAR

? Acesse o site do prêmio: http://premiorbsdeeducacao.com.br

? Assista aos vídeos e escolha o seu finalista preferido.

? A votação vai até 21 de novembro, quando ocorre a solenidade de premiação.

? Durante a cerimônia serão anunciados os vencedores eleitos tanto pelo voto de especialistas quanto os escolhidos pelo público.

De segunda até quarta-feira, o Diário Catarinense apresentará os finalistas das três categorias. Além da escolha feita pelos internautas, um júri especializado vai eleger o vencedor no quesito Escola Pública e outro na categoria Escola Privada em Santa Catarina.

A votação popular desta e das categorias Jovens Protagonistas e Escolas Públicas ocorre até 21 de novembro.

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Conheça as práticas de mediação de leitura com crianças e adolescentes promovidas pelas três finalistas do 2º Prêmio RBS de Educação na rede privada de ensino em Santa Catarina:

As lições de Dora Científica

Susana Tonielo Lazzarotti

Chapecó

? Colégio Logosófico González Pecotche

? Projeto Lendo o Mundo com Dora Científica desperta a curiosidade dos alunos sobre temas como animais, países, o corpo humano e sistema solar, de uma forma lúdica. A turma é estimulada a participar com relatos de suas experiências.

Uma vez por semana, a professora Susana Lazzarotti, do Infantil 4 do Colégio Logosófico González Pecotche, em Chapecó, veste peruca, óculos, um jaleco e se transforma na Dora Científica. Ela aparece para falar sobre sistema solar, animais e corpo humano, interagindo com os alunos. As crianças vibram com a personagem e ela pergunta:

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– Quem gosta de aprender, quem gosta de pesquisar?

Todos levantam a mão. Além de expor os assuntos, Dora questiona os alunos e os incentiva a participar. A personagem foi criada em 2013, inspirada na curiosidade que Felipe Lorenzo, filho de Susana, demonstrava ao ler um livro de Ciências. Hoje, cada aluno montou uma revista científica, para colocar as informações que descobriram em sala.

– É uma forma lúdica de ensinar, uma aula diferente em que também aprendo – resume Susana.

Machado de Assis, câmera e ação

Marilene Maria Schmidt Goebel

Rio do Sul

? Colégio Alto Vale

? O foco do projeto Contos Machadianos é levar aos jovens o universo de Machado de Assis e desmitificar a ideia de que a linguagem é complexa e inacessível. Além de estudar a biografia e obra do escritor, os alunos produzem um curta-metragem baseado nos contos escolhidos pelos grupos.

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Com um único projeto, a professora Marilene Maria Schmidt Goebel deu conta de dois desafios: provocar o interesse nos alunos de 15 anos por Machado de Assis e disputar atenção em sala com smartphones. Há cinco anos, ela criou o trabalho cujo resultado é a produção de vídeos para adaptar à vida moderna contos do escritor.

Marilene abre o projeto Contos Machadianos apresentando a vida do escritor. Não demora para que os estudantes estejam, enfim, atraídos para o universo do autor. Feito com o 2º ano do ensino médio do Colégio Alto Vale, cada aluno é convidado a ler um conto escolhido à vontade. Eles entregam a resenha. Depois se dividem em grupos para eleger qual texto se tornará o curta-metragem feito com o equipamento que tiverem à mão. Após dois meses de projeto, as equipes exibem os trabalhos.

– Que usem a tecnologia. O celular na escola pode ser um aliado.

A independência pela leitura

Suellen Freitas Amorim (na foto, à direita)

São José

? SESI – Serviço Social da Indústria

? Com o auxílio da professora Anaiar Schuck (à esquerda na foto), o projeto Meu, teu, nosso espaço de leitura! promove encontros de discussão de livros para estimular o uso do espaço de leitura por alunos portadores de deficiência da Educação de Jovens e Adultos. O projeto gerou autonomia, participação dos estudantes e melhor desempenho em leitura e escrita.

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Formada na maioria por deficientes intelectuais, a turma de ensino fundamental da Educação de Jovens e Adultos do Sesi de São José pouco usava o espaço de leitura. A dificuldade em ler e escrever afastava dos livros. Mas as professoras Suellen Freitas Amorim e de Anaiar Schuck convidaram os alunos a conhecer a sala fora do horário de aula. Mas não sem dificuldades.

– No começo foi bem difícil porque eles ficavam muito inseguros – diz Suellen.

Depois de muitas visitas, criaram um sistema de biblioteca. Cada aluno tem registro para levar os livros e deve preencher a ficha de leitura com os dados da obra. Esta é uma forma de se familiarizar com os títulos. A cada 15 dias, a turma retorna ao espaço para devolver a obra e conversar sobre a leitura. Se o aluno não sabe ler, verificam se ele conseguiu compreender a história a partir das imagens.

Livros com temáticas interessantes são aproveitados em sala para discussões sobre a sociedade. Para Suellen, é motivador ver que os alunos estão mais autônomos. Como resultado, ela observa melhora no desempenho da leitura e escrita da turma.

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