O Parlamento líbio reconhecido internacionalmente decidiu nesta terça-feira para adiar por uma semana a votação sobre a formação de um governo de unidade nacional, como solicita a comunidade internacional, preocupada com a expansão do jihadismo na Líbia.
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“Hoje (terça-feira) se reuniram 118 deputados e decidiram dar ao primeiro-ministro prazo até o sábado para apresentar a composição de seu governo ao Parlamento”, informou à AFP a parlamentar Aisha al Aquri.
O novo governo, com menos ministérios que o previsto a princípio, “será submetido a um voto de confiança na próxima terça-feira”, acrescentou. Outro deputado, Abu Bakr Baira, confirmou este calendário à AFP.
Após semanas de confusão e incerteza, as facções que disputam o poder na Líbia anunciaram na segunda-feira um acordo para formar um governo de unidade, mas o Parlamento reconhecido pela comunidade internacional, com sede no leste do país, adiou a votação de aprovação do novo gabinete, primeiro para esta terça-feira e agora para dentro de uma semana.
Desde a queda de Muammar Kadhafi, em 2011, a Líbia está dividida em milícias rivais. Dois governos com seus respectivos parlamentos disputam o poder no país, um reconhecido internacionalmente com sede em Tobruk (leste) e o outro, integrado por várias milícias, algumas islamitas, na capital Trípoli.
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A nova proposta é contar com um gabinete de 18 ministros em que Mahdi al Barghati, um militar próximo à administração líbia reconhecida, ocupará a pasta da Defesa, um dos cargos que mais dificultaram as negociações, em particular pela oposição do poderoso general Jalifa Haftar.
A comunidade internacional, em particular os Estados Unidos, a União Europeia (UE) e países africanos exigem a aprovação do novo gabinete, chefiado pelo premiê já nomeado, Fayez al Sarraj, posto que significaria um passo decisivo para a paz após meses de fracassos diplomáticos e anos de caos.
Em janeiro passado, a Câmara baixa tinha rechaçado uma primeira proposta de um governo de 32 membros, número que considerou excessivo.
O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) controla a cidade costeira de Sirte, onde Kadhafi nasceu, e dali lançou ataques, inclusive suicidas, contra forças rivais que deixaram dezenas de mortos nos últimos meses.
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O EI também está tentando tomar os campos de petróleo deste país com seis milhões de habitantes, que conta com reservas estimadas em 48 bilhões de barris, as mais importantes da África.
Martin Kobler, enviado da ONU para a Líbia pediu nesta segunda-feira aos membros da Câmara que apoiem o novo governo. “É uma oportunidade única para a paz que não se pode deixar passar”, assegurou.
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