Em um dia de votações sem incidentes graves, mas com dezenas de denúncias de irregularidades, as urnas na Venezuela foram fechadas. No domingo que marca a primeira eleição da era pós-Chávez, os noticiários locais mostraram a movimentação intensa de ambas as campanhas, de Nicolás Maduro e Henrique Capriles, para convocar eleitores para irem às urnas.

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– Tivemos um processo eleitoral que se desenrolou com total normalidade, com total tranquilidade -, disse a funcionária do conselho eleitoral Sandra Oblitas, em entrevista coletiva minutos antes do fechamento das urnas.

Oblitas destacou que onde as urnas permaneceriam abertas até o último eleitor, admitindo que “um número importante de pessoas ainda não exerceu seu voto”. No total, 19 milhões de venezuelanos estavam habilitados a votar neste domingo para eleger entre o ‘chavista’ Nicolás Maduro e o opositor Henrique Capriles o sucessor de Chávez, que permaneceu 14 anos no poder até ser derrotado por um câncer, em 5 de março passado.

O chefe da campanha de Maduro, Jorge Rodríguez estimou em 80% a participação dos eleitores.

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O líder estudantil Diego Scharifker, 23 anos, ficou detido entre as 9h e as 13h pela Direção de Inteligência Militar (DIM) por supostamente estar fazendo campanha de boca de urna. Scharifker alegou, no entanto, que estava dizendo para as pessoas irem votar.

A expectativa é de alto comparecimento nas urnas. Nas eleições passadas, a participação foi de 80%, com 15,1 milhões de votos.

O resultado é esperado para às 22h (23h30min, no horário de Brasília).

Maduro, presidente interino e herdeiro político de Chávez, liderou as pesquisas durante toda a campanha. Hoje, afirmou que votou em memória de seu mentor Hugo Chávez.

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_ Senti uma grande emoção durante todo o dia, uma grande tranquilidade, uma grande paz de espírito, tenho grande confiança nas pessoas, (…) tenho confiança infinita no que ele plantou, no que ele fez. Ao votar, votei em sua memória _ declarou Maduro em coletiva de imprensa, após depositar seu voto em um dos colégios eleitorais de Caracas.

Maduro, que votou com sua esposa Cilia Flores e ao lado de um de seus netos, explicou seus sentimentos no momento da votação, quando levou a mão ao seu coração e olhou para o céu.

“A este pássaro que voa livre enviei o meu voto, votei por ele”, contou, referindo-se à história relatada no início de sua campanha em 2 de abril, quando disse ter visto um passarinho encarnado por Chávez.

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Após votar, o presidente foi para o “Quartel da Montanha”, onde estão os restos mortais de Chávez, para aguardar os resultados das eleições.

Capriles havia pedido, um pouco antes, que “toda a população” saísse de casa para votar, segundo a imprensa local, que fizessem uma “avalanche” de votos.

_ Todos os que não votaram, que saiam a votar.

Capriles também acusou o rival de violar as leis ao fazer campanha após a data-limite de quinta-feira passada. Capriles reclamou de a televisão estatal ter exibido Maduro pedindo aos venezuelanos para irem às urnas, já que o voto não é obrigatório no país.

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