Dois meses e meio após o primeiro encontro para votar o futuro da Busscar Ônibus S/A, os credores da empresa se reúnem nesta terça-feira para a continuação da assembleia geral de credores, suspensa em 22 de maio pelo juiz do caso na época, Maurício Cavalazzi Povoas.

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Com uma terceira versão do plano de recuperação, que traz ajustes focados na classe trabalhista, a esperança é de que a fabricante de carrocerias de ônibus tenha definição de como deverá atuar a partir de terça. A aprovação do plano garante muito trabalho. A reprovação significa falência imediata da empresa.

MAIS: Confira a versão digital da reportagem especial sobre a Busscar

– Acredito que teremos mais agilidade desta vez. Na assembleia de maio, muitos credores trocaram seus procuradores na última hora. Isso nos tomou muito tempo. Para evitar este tipo de transtorno, fizemos esses processos burocráticos até a semana passada -, explicou o administrador judicial, Rainoldo Uessler.

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– Temos a expectativa de que seja uma assembleia tranquila. E que, por favor, resolva-se de uma vez. Que a votação não seja adiada novamente. Ninguém aguenta mais. As pessoas precisam saber como tocar suas vidas. A empresa aprovando o plano ou não, é preciso uma resposta -, argumenta Evangelista dos Santos, presidente do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região.

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Na terça-feira, apenas os credores que já compareceram ao primeiro encontro e, por isso, já estão credenciados, poderão votar. A previsão é de que o cronograma seja mais ágil, já que as principais deliberações foram realizadas na assembleia de maio. As alterações propostas nos últimos meses serão apresentadas e a votação terá início. O sistema de contagem de votos desenvolvido especialmente pelo Instituto Professor Rainoldo Uessler (Ipru) apontará o índice de aprovação em tempo real por meio de dois telões montados na Arena do Centreventos Cau Hansen.

Horários e crachás

Diferentemente do procedimento da assembleia anterior, os credores terão mais tranquilidade para retirar seus crachás para a votação. Quem guardou a identificação retirada em maio, pode apresentá-la na terça.

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Os credores que perderam ou jogaram fora o crachá, podem imprimir um novo. Este procedimento será feito das 9 horas às 11h30, no Centreventos, pela equipe do Instituto Professor Rainoldo Uessler.

– Depois de pegar o crachá, o credor pode se retirar do Centreventos e ir para casa almoçar tranquilo. Vale lembrar que só quem estava presente na primeira assembleia pode votar. E se a pessoa não puder comparecer novamente, perde o direito do voto -, conta Uessler.

Os técnicos do instituto farão uma conferência dos dados do credor para confirmar que ele estava no encontro de maio.

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Todos os credores devem se apresentar novamente no Centreventos às 15 horas para o

início da assembleia.

Os credores que precisam faltar o dia de trabalho para comparecer à assembleia terão direito a uma declaração de presença. Representantes do Sindicato dos Mecânicos ficarão próximos à entrada principal do Centreventos com fichas a serem preenchidas pelos trabalhadores.

– Ele deve nos procurar e avisar que precisa de uma declaração. Até sexta-feira, o documento pode ser retirado na sede no sindicato -, explica o presidente da entidade sindical, Evangelista dos Santos.

Segundo ele, as empresas são obrigadas a aceitar a declaração, abonar a falta e pagar o dia que seria trabalhado.

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– Trata-se de um compromisso com a Justiça. É dever do trabalhador comparecer e obrigação da empresa aceitar -, argumenta.

A Justiça só fornecerá justificativa de falta para os votantes. Quem for apenas para assistir à assembleia e já atua em outra empresa não terá a falta justificada.

Terminais de votação

O esquema disposto para a votação na última assembleia de credores continua igual para terça. Serão oito terminais distribuídos pelo Centreventos. Quatro em cada lado do espaço.

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O credor deve identificar sua área de votação por ordem alfabética. Em cima de cada terminal, haverá uma placa indicando as letras.

Técnicos ficarão responsáveis por liberar a votação para cada credor. A pessoa deve apresentar seu crachá para a leitura do código de barras que abre o sistema para o voto individual.

No terminal, o credor verá duas opções e deverá votar tocando na tela: sim (para aprovar o plano de recuperação da Busscar) ou não (para reprovar o plano e decretar a falência imediata da empresa).

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Assim que ele fizer sua escolha, o voto vai diretamente para o telão que estará computando os votos dos oito terminais em tempo real.

Como será durante a assembleia

A partir das 15 horas, o administrador judicial Rainoldo Uessler dará início à assembleia. A ordem das atividades deve ser semelhante à executada em maio.

– Damos a palavra ao devedor, depois os credores têm direito a fazer comentários sobre o plano e, dependendo das sugestões que possam aparecer, a palavra volta para a Busscar -, explica Uessler.

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O tempo deve ficar na média dos 15 minutos para cada.

Após todas apresentarem suas considerações, Rainoldo abrirá a votação.

– São muitos credores. A votação pode levar três, quatro horas -, estima o administradora judicial.

Mesmo que o resultado já esteja sendo apresentado nos telões em tempo real, a equipe de técnicos fará o procedimento de validação dos dados e a posição da maioria dos credores será anunciada.

Proposta pode ser mudada

Desde a primeira assembleia de credores, sindicato, ex-sócios e outros credores apresentaram sugestões de mudanças para o plano. A versão que será apresentada na assembleia é a protocolada na segunda-feira da semana passada junto a 5ª Vara Cível.

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A proposta foi analisada pelo administrador judicial da companhia, Rainoldo Uessler, e validada para votação pelo juiz responsável pelo caso, Gustavo Marcos de Farias.

Esta versão do plano ainda pode sofrer mudanças durante a assembleia de credores.

As modificações podem ser sugeridas pelos credores, mas para que elas sejam incluídas na proposta de recuperação judicial que será respeitada no caso de aprovação, precisam ser aceitas pela equipe da Busscar Ônibus.