Na Estrada Comprida, a mesma que leva a belas paisagens da zona rural de Joinville, havia uma casa escura, com chão e paredes sujas, sem cama para dormir nem fogão para cozinhar. De engraçada, como na música, a casa não tinha nada.

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Mas, após todo o fim de semana trabalhando, 37 estudantes e a professora de Biossegurança no Instituto Pró-Rim de Educação e Pesquisa em Saúde, Milena Nogueira Macedo, deram luz, cor e vida à residência de uma família no bairro Vila Nova.

Hermínia Porchnow, conhecida como Nina, é a moradora mais antiga da casa. Aos 82 anos, há mais de um a idosa faz fisioterapia com Milena, após cair e fraturar o fêmur. Ela também padece do Mal de Alzheimer.

Seu filho, Acácio Porchnow, 46 anos, ficou debilitado depois de sofrer uma parada cardíaca e não consegue trabalhar. A esposa dele, Marisa Trapp, 42 anos, é quem cuida da família – que inclui também nove cachorros e três gatos, todos resgatados por terem sido abandonados no cemitério em frente à casa.

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– As únicas rendas deles são a aposentadoria da Nina e o arrendamento de uma arrozeira. Como tenho acompanhado as dificuldades que enfrentam diariamente, comprei uma janela para colocar no quarto da família e comentei com meus alunos sobre a situação. De repente, todos se prontificaram a ajudar e eu saí da sala de aula chorando, emocionada – conta Milena.

Em um mês, a fisioterapeuta e os estudantes arrecadaram dinheiro e doações de móveis, compraram tinta, material de higiene, roupa de cama, bocal de luz, lâmpadas econômicas e organizaram o mutirão.

Sábado e domingo, divididos em dois grupos, lavaram o chão – que permanece sem piso -, os sofás, as cortinas, pintaram as paredes e o teto, limparam os armários e dedetizaram toda a residência, que estava infestada por ratos e baratas.

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Jaqueline dos Santos Gomes, 31 anos, é uma das alunas que participou da mobilização. Como seu marido, Fábio Luciano Menel, 38 anos, trabalhou por muito tempo na construção civil, ela o convidou para colaborar também, instalando a janela que Milena havia comprado.

– Quando chegamos, a família estava triste, insegura. Assim que colocamos a janela e o ar passou a cirular, eles começaram a sorrir e, acredito, se animaram mais com nossa presença. Apesar das dificuldades, demonstraram uma gratidão imensa ao me presentear com uma caixa de ovos das galinhas que criam. Esse gesto me comoveu demais – relata Jaqueline.

Nina, que dormia no chão, sobre uma pilha de roupas, agora tem uma cama confortável para descansar. Porém, a idosa não anda e necessita de diversos cuidados. Quem quiser ajudar com doações de fralda geriátrica para ela e ração para alimentar os animais, principalmente, pode entrar em contato com a fisioterapeuta pelos telefones 3439-3151 e 9928-5884.

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