Um grupo de crianças da comunidade de Jardim Paraíso, uma das mais carentes de Joinville, terá um começo de ano letivo bem diferente. Muitos irão pela primeira vez para a escola com tênis novinhos em folha. Além disso, poderão exibir também mochilas e material escolar que ganharam no Natal. Com certeza será um recomeço escolar inesquecível para elas.
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A turminha é formada por crianças e adolescentes que participam do projeto de leitura que foi criado na comunidade pela professora Mariza Schiochet, uma amante dos livros que dedica sua vida a incentivar os alunos a criarem o gosto pela leitura.
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– Sempre digo que a educação, o conhecimento e a leitura são as armas que eles terão para mudar a sua vida. Através do estudo, podem almejar sucesso e libertação da opressão – comenta Mariza, que não mede esforços para atingir seus objetivos.
Quando vai chegando perto do fim do ano, a professora distribui entre os amigos e conhecidos cartinhas com o nome de cada um dos alunos, pedindo material escolar para o ano seguinte. Na metade de janeiro sai para recolher as doações.
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– Pedir é chato, chega a ser cruel, mas vale a pena pela meninada. Acredito naquelas crianças – diz.
Este ano, a professora teve uma boa surpresa. Um dos doadores decidiu fazer uma “vaquinha” com os amigos e comprou um par de tênis para cada crianças, o que para elas é um verdadeiro luxo.
O projeto começou com as caixas de leitura (livros e revistas ficam à disposição de quem quiser levar para casa e ler), e depois de muita batalha a professora e outros incentivadores conseguiram montar o Espaço de Leitura Julio Emilio Braz na comunidade.
A finalidade é fazer com que a meninada tenha um ponto de encontro com os livros, com escritores e também mantenham boas amizades _ o que é imprescindível, ainda mais se tratando de um local que tem fama de violento, especialmente em consequência do tráfico de drogas.
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As crianças e adolescentes durante o ano participam de atividades propostas pela professora Mariza e pela voluntária Miriam Padilha, moradora do bairro e colaboradora do projeto. Quem frequenta o espaço, sem apresentar faltas e tem boas notas na escola, recebe o material escolar doado.
É um projeto pequeno, simples, singelo, numa comunidade cheia de carências. Mas ele consegue transformar vidas e dar esperanças de um futuro melhor para aqueles meninos e meninas. E só isso já o torna digno de todos os elogios.