No Sul de Santa Catarina, voluntários fazem máscaras de TNT para distribuição gratuita. Na Serra, a doação de um quilo de alimento dá direito a uma máscara de tecido. Desde que o coronavírus mudou a rotina de todos, grupos têm se organizado para ajudar a quem mais precisa, e não faltam exemplos positivos de solidariedade espalhados pelo Estado.

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Em Içara, agentes de saúde que entraram em férias em função da pandemia decidiram manter os cuidados com a população, mesmo afastadas do serviço. Se uniram a mais alguns voluntários e desde o início da semana produzem máscaras em TNT, para distribuir gratuitamente.

O material foi fornecido pela secretaria municipal de Saúde, mas o pedido para iniciar a produção partiu do grupo. As máquinas foram emprestadas, o espaço cedido por um terceiro, e logo os rolos de TNT começaram a se transformar em máscaras. Sadi Dordet, 61 anos, é um dos voluntários e contabiliza mais de 200 unidades fabricadas até o momento.

— A gente faz e entrega para a Saúde, e eles distribuem para quem precisa. Também deixamos no postinho do bairro, onde explicam como manusear e usar. A máscara é com mais de uma camada de tecido, dentro dos padrões de proteção, tudo certinho — conta Dordet.

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Em Içara, produção é de máscaras em TNT (Foto: Arquivo pessoal, Divulgação)

Outro padrão de máscara, que também passou a ser aceito para a prevenção de pessoas sem sintomas gripais, são os modelos em tecido de algodão duplo.

Em Lages, um grupo de voluntárias ligadas à igreja Comunidade Cristã aproveitou as habilidades com costura para fazer o bem. A confecção iniciou pequena, e então surgiu a ideia de trocar por um quilo de alimento.

Na sede da igreja, que fica no centro, foram recebidos mais de mil quilos de doações. Em troca, cerca de 700 máscaras distribuídas, e o número só não foi maior por falta de mão de obra. A ideia surgiu da secretária Isabel Cristina Muniz, a ação social cresceu e dezenas de famílias serão beneficiadas com o projeto.

— Ao doar o alimento a gente já cadastra a família, tenta conhecer melhor, ver a situação, se está sem emprego, ver como estão vivendo. Conversa, leva uma palavra de esperança, uma oração, que também é necessária nesse momento — conta o pastor administrador, Lucas Guilherme Schmitt.

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Como a procura por máscaras é grande, as voluntárias não têm conseguido corresponder à demanda. No momento, o projeto tem somente recebido os alimentos e entregue as máscaras que já estavam encomendadas.

Nas duas cidades, o uso de máscaras se tornou exigência dos governos municipais a partir dessa semana, por meio da publicação de decretos. Desde a semana passada, o Governo do Estado orienta que se a pessoas precisar sair de casa, que utilize a proteção em tecido TNT ou algodão, além de todos os cuidados básicos de higienizar as mãos e manter distanciamento de outras pessoas.

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