A volta para casa após uma noite agitada em Florianópolis continua sendo bastante difícil. Sem metrô, trens e com pouquíssimas linhas de ônibus durante a madrugada, a Capital catarinense segue na contramão das maiores cidades contemporâneas, que investem na mobilidade urbana como uma das principais ferramentas de combate à mistura álcool e direção.
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Prefeitura autoriza vans particulares na noite de Florianópolis
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Com o verão e o inchaço populacional, a missão fica ainda mais complicada, já que não há mudanças no sistema de transporte público nem aumento no número de linhas de ônibus.
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Quem não quer (ou não pode) dirigir depois da noitada fica praticamente restrito ao uso de táxis, o que nem sempre é financeiramente viável. Um turista hospedado em Canasvieiras, por exemplo, pagaria pelo menos R$ 70* para voltar ao Norte da Ilha após uma balada no Centro ou na Lagoa da Conceição. Isso sem considerar as viagens feitas a partir do aeroporto ou na Bandeira 2, que deixam o serviço ainda mais caro.
A opção mais barata continua sendo o madrugadão – ônibus que circulam diariamente entre 0h e 5h, quando as linhas tradicionais parar de funcionar. O valor é o mesmo que durante o dia (R$ 3,10), mas os horários são mais escassos.
Quem quer voltar do Terminal do Centro para o Norte da Ilha no fim de semana, por exemplo, tem apenas uma única opção, às 1h30min. O mesmo veículo para nos terminais da Trindade, de Santo Antônio e de Canasvieiras.
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Prefeitura autoriza transporte em vans particulares durante a madrugada
Secretário de mobilidade urbana de Florianópolis, Vinícius Cofferri não acredita que seja necessário colocar mais ônibus para circular durante a madrugada – inclusive durante a temporada de verão, período em que a cidade deve receber até 1,5 milhão de turistas, segundo estimativas da própria prefeitura (a população fixa da cidade é calculada em 470 mil).
Cofferri afirma que a demanda de passageiros, nem mesmo durante a temporada, não justifica o aumento no número de linhas, já que os madrugadões dificilmente chegam à lotação máxima.
— Fizemos estudos no ano passado para incrementar o serviço, mas não houve justificativa nem demanda. Os madrugadões percorrem a cidade inteira e, ainda que o tempo de viagem seja maior, dificilmente um veículo desses trafega lotado — argumenta o secretário.
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A novidade para este verão é a autorização do funcionamento de vans particulares que poderão atuar como táxis para mais passageiros durante a noite. O decreto “Na Balada”, como vem sendo chamado dentro da prefeitura, permite que empresas de turismo peguem passageiros entre 19h e 7h na frente de bares, casas noturnas e similares. Para usar o serviço é preciso pelo cinco passageiros (até quatro, o ideal continua sendo o táxi comum).
Quanto aos serviços de carona remunerada – em especial o aplicativo Uber –, a Capital catarinense continua de fora. De acordo com o secretário, a autorização para o funcionamento de novos táxis a partir de dezembro de 2015 já representa uma “concorrência” ao aplicativo, pois as exigências em relação à qualidade dos carros foram “bastante rígidas”. Serão pelo menos 200 novos veículos rodando na cidade até janeiro de 2016.
* Valores estimados pelo site tarifadetaxi.com, com valores da Bandeira 1
Confira as melhores soluções para quem não quer dirigir na madrugada:
TÁXIS
Com as recentes mudanças nas permissões para táxis de Florianópolis, a cidade deve ter 619 veículos em funcionamento até janeiro de 2016. O valor é de R$ 2,25/Km para a Bandeira 1, R$ 2,65/Km na Bandeira 2 e R$ 4,20 na bandeirada.
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Conseguir um táxi na rua pode ser difícil, já que a frota é insuficiente. Vale tentar chamar um pela central (48-3240-6009) ou pelo Floripa Táxi (48-8426-3635).
Os principais aplicativos (EasyTaxi e Way Taxi) também estão em funcionamento. O site MObfloripa reuniu os contatos diretos dos pontos de táxi espalhados pela cidade.
Já para quem sai do aeroporto o preço é tabelado. A viagem mais cara é para o Santinho (no Norte), que custa R$ 117 na Bandeira 1 e R$ 139 na Bandeira 2. A tabela completa está neste link.
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Para este verão, a prefeitura também autorizou o serviço de vans particulares, que funcionarão como táxis – mas que só podem rotar entre 19h e 7h, e só podem receber passageiros na frente de casas noturnas. A ideia é evitar que um grupo de cinco ou seis pessoas, por exemplo, precise pegar dois táxis separados.
LOCAÇÃO DE VANS
Quem conseguir juntar um grupo grande de pessoas pode acionar um serviço de vans ou micro-ônibus particulares. Uma das empresas contatadas pela reportagem, por exemplo, costuma fazer o translado entre a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e festas no Norte da Ilha, inclusive esperando até o fim da festa para trazê-los de volta. Assim, os passageiros podem beber à vontade e retornar à região de que saíram sem maiores problemas.
Cada van tem em média 15 lugares, mas também há ônibus e micro-ônibus disponíveis. As três empresas questionadas pelo Diário Catarinense cobram em média R$ 10 a R$ 15 por passageiro (ida e volta) – valor que pode ser negociado caso um grupo queira contratar o serviço por conta própria.
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O site Guia Floripa reuniu os contatos de diversas empresas que fazem o transporte de passageiros na madrugada da Grande Florianópolis.
MADRUGADÕES (ÔNIBUS)
Os chamados madrugadões – ônibus que circulam entre 0h e 5h – são a opção mais barata para circular pela cidade, mas exigem bastante paciência. São seis linhas que percorrem grande parte de Florianópolis, todas com saídas e retornos no Terminal do Centro (Ticen), e no mesmo preço que a passagem comum (R$ 2,98 no cartão e R$ 3,10 no dinheiro). Os horários e itinerários podem ser verificados no site do Consórcio Fênix.
UBER
Por enquanto, sem novidades para quem aguarda a chegada do aplicativo de caronas remuneradas a Florianópolis. Além de o próprio Uber negar planos de expansão para outras cidades brasileiras, a Secretaria de Mobilidade Urbana afirma que a legislação local impediria o serviço por aqui.
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De acordo com a prefeitura, as leis 34/1999 e 85/2001, que regem os transportes turísticos e táxi na cidade, têm artigos que restringem a cobrança para o transporte de passageiros. Juristas questionam a validade desse argumento, já que ela conflitaria com a Lei Nacional de Mobilidade Urbana. Não há nenhum projeto em tramitação na Câmara de Vereadores sobre esse assunto.
APLICATIVOS E SITES DE CARONA
São vários, mas nenhum pegou de verdade em Florianópolis. Testamos os cinco mais importantes, buscando uma carona para um trajeto relativamente curto – do bairro Saco Grande até o Centro, ou até o Norte da Ilha –, em diversos horários durante uma tarde inteira no pico da temporada, mas não tivemos sucesso.
Sites como caronafacil.com e ocarona.com.br, além de diversos grupos nas redes sociais, costumam incluir Floripa, mas geralmente para viajar de uma cidade a outra (por exemplo: “Ofereço carona de São Paulo a Florianópolis, racho os gastos”). Já circular pela cidade usando apenas as caronas continua sendo uma missão ingrata.
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