Cerca de 37 mil crianças e adolescentes voltam às aulas na rede pública municipal de Blumenau na próxima segunda-feira (7). Entre as novidades para o início do ano letivo estão o reforço em contraturno para estudantes com defasagem no ensino e contratação de 500 professores para cobrir a hora-atividade.
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As medidas de proteção à Covid-19 se mantêm com o uso de máscara obrigatório e higienização das mãos, porém sem necessidade de distanciamento de um metro entre as carteiras.
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Reforço escolar
A secretária de Educação, Patrícia Lueders, diz que a principal preocupação no começo deste ano letivo está em recuperar o déficit de aprendizagem dos estudantes causado pela pandemia da Covid-19. Ela estima que 10% dos 21,3 mil alunos do ensino fundamental vão precisar de aulas no contraturno escolar.
— Só as quatros horas [do ensino regular] não dariam conta — reconhece a gestora.
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Uma avaliação diagnóstica aplicada no ano passado mostrou que principalmente as crianças dos anos iniciais necessitam de reforço em leitura e letramento.
O trabalho será desenvolvido por psicopedagogas no primeiro trimestre deste ano e então os alunos serão submetidos a uma nova avaliação diagnóstica. Com base nos resultados, as escolas vão definir se ainda é preciso intervenção e, em caso afirmativo, qual o melhor modelo.
Essa não será tarefa fácil. A prefeitura de Blumenau estima que serão até três anos para recuperar o que ficou para trás com o afastamento dos bancos escolares, apesar da oferta de conteúdos no modelo remoto, com aulas on-line e materiais impressos àqueles sem internet em casa.
Coronavírus
Neste ano, apenas crianças e adolescentes com atestado médico poderão se manter fora das escolas e creches e com atividades domiciliares. A Secretaria de Educação afirma que só saberá quantos estudantes vão seguir no ensino remoto em 2022 quando as aulas de fato começarem e os pais ou responsáveis apresentarem o documento.
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No ano passado, quando o último trimestre encerrou, esse número era de 699.
Desde 2018 Blumenau tem uma lei que exige a apresentação dos comprovantes de vacina nos atos de matrícula ou rematrícula. Para a Covid-19 ainda não foi batido o martelo sobre o assunto. Um dos motivos é que enquanto não há oferta para todos os alunos, não é possível exigir.
Quando o cenário mudar, Lueders diz que a decisão de cobrar ou não a imunização ficará a cargo de análise dos profissionais da saúde.
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Até a última sexta-feira (28), 1,5 mil das cerca de 30 mil crianças entre 5 e 11 anos já tinham recebido a primeira dose da vacina contra a Covid-19. Isso representa 5% do público-alvo, imunizado em duas semanas de campanha. A vacinação dos pequenos está centralizada na Policlínica Lindolf Bell e ocorre mediante agendamento pela internet.
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O percentual de cobertura da vacinação entre os professores é satisfatório, aponta a secretária de Educação. Em um universo de 1,8 mil educadores efetivos, Luerdes garante que apenas quatro não tinham se imunizado até o fim do ano passado. Para os 1,5 mil temporários, chamados de ACTs, também é obrigatório ter as doses em dia.
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As professoras gestantes são as únicas que se mantêm em atividade remota, como determina a legislação.
Em casos suspeitos de Covid-19 entre os alunos, o encaminhamento será dado pela equipe de saúde.
— Será assim: a criança que apresentar sintoma vai para a sala de isolamento, é feita a ligação para a Vigilância Epidemiológica, e a vigilância já no ato vai questionar qual a idade da criança, se teve quebra de barreira. É possível que tenha de afastar a turma toda, em outros casos não — explica Lueders.
Mais professores
A prefeitura contratou cerca de 500 professores a mais para este ano letivo, com o objetivo de garantir aos educadores o direito legal à hora-atividade. Na prática isso significa que um professor com 40 horas semanais terá 14 para planejamento e qualificação.
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Esse reforço no quadro também deve dar suporte a eventuais desfalques ocasionados por professores que precisem se afastar da sala de aula por causa da Covid-19.
— Se houver falta de professor, ele pode receber esse pagamento em pecúnia, em dinheiro. Então temos esse diferencial. Blumenau já começa com reserva de 500 professores — explica a secretária de Educação.