Apertado. A mesma palavra que define o resultado da eleição em Itajaí, encerrada com a vitória de Volnei Morastoni (PMDB) com uma diferença de apenas 789 votos para a segunda colocada, Anna Carolina Martins (PSDB), também serve para traduzir a maneira como os itajaienses acompanharam a apuração na noite de domingo: com um aperto no coração.

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Não é exagero. Nunca antes as eleições municipais tiveram a contagem tão acessível. E muita gente ficou de olho no resultado voto a voto, pelo celular, na palma da mão. Os percentuais entre os dois favoritos na disputa se alternavam, para cima e para baixo. E quando 64% das urnas haviam sido contadas, Volnei e Anna Carolina contabilizavam exatamente os mesmos 36,18%.

Os números finais ficaram próximos disso, com 36,6% dos votos para Volnei e 35,8% para Anna. O placar mais apertado entre as maiores cidades do Estado.

João Paulo Tavares Bastos (PP), recém-chegado à política e candidato do prefeito Jandir Bellini (PP), surpreendeu ao alcançar 27% da votação – menos de 10 pontos percentuais de diferença entre os dois primeiros colocados, um termômetro do acirramento da disputa.

Médico assume a cidade pela segunda vez

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Médico pediatra, aos 66 anos Volnei Morastoni não será um estreante na prefeitura de Itajaí. Já comandou a cidade entre 2004 e 2008, pelo PT. Perdeu a reeleição para Bellini, que oito anos depois vai lhe entregar o bastão.

A trajetória de Volnei até a eleição de ontem foi conturbada. Não conseguiu renovar a vaga na Assembleia Legislativa em 2014 e, um ano depois, ao decidir deixar o PT para integrar o PMDB, sob as bênçãos do comando estadual do partido e o status de pré-candidato, enfrentou resistência e provocou um racha entre os peemedebistas.

Eleito, Volnei Morastoni disse que o porto é prioridade. Prometeu buscar apoio em Brasília para resolver a crise que assola o motor da economia de Itajaí.

A experiência em relação aos caminhos para resolver os problemas da cidade, usada como estratégia de campanha, contou votos para Volnei. Diante de uma cidade tão dividida, porém, ele terá que mostrar trabalho para conquistar a simpatia de uma parte do eleitorado.

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Surpresas e poucas mudanças no Legislativo

A eleição teve vitória dupla para os Morastoni em Itajaí. Thiago Morastoni (PMDB), filho de Volnei, reelegeu-se vereador com maior número de votos na Câmara (2.340). Das 21 vagas, 10 serão ocupadas por parlamentares que exercem ou exerceram mandato na atual legislatura.

Entre as surpresas, a não reeleição do atual presidente da Casa, Luiz Carlos Pissetti (PSB), e a não eleição da vice-prefeita Dalva Rhenius (PSB), que disputava vaga no Legislativo. O vereador Elói Camilo da Costa, falecido em 2014, que era um campeão de votos, aparentemente transferiu a simpatia do eleitor para a filha, Célia da Costa (PSD), estreante e terceira mais votada na disputa.

A Câmara ganha de volta nomes como o de Marcelo Werner (PCdoB), conhecido pela forte oposição – que deverá ocupar o espaço de Anna Carolina, derrotada na majoritária. Outro que volta é Níkolas Reis (PDT), agora com apoio ao governo.

Apesar de ter o filho como vereador mais votado, Volnei não deverá ter maioria na Câmara. Só seis dos eleitos integram o bloco governista.

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Vereadores eleitos (21):

Thiago Morastoni (PMDB) 2.340

Robison Coelho (PSDB) 1.990

Célia Filha Do Eloi (PSD) 1.946

Rubens Angioletti (PSB) 1.814

Marcio Dedé (PSDB) 1.809

Dulce Amaral (PR) 1.806

Níkolas Reis (PDT) 1.684

Fernando Pegorini (PP) 1.681

Tonho da Grade (PP) 1.647

Paulinho Amandio (PDT) 1.537

Fernando do Onibus (PDT) 1.534

Edson Lapa (PR) 1.503

Calinho Mecânico (PP) 1.425

Marcelo Werner (PCdoB) 1.262

Otto da Farmácia (PRB) 1.247

Murilo (PP) 1.174

Profº Acácio (PSDB) 1.133

Vanderley Dalmolin (PMDB) 1.093

Fabrício Marinho (PPS) 1.057

Renata Narcizo (SD) 880

Eduardo da Kimassa (PRP) 616