O diretor de Assuntos Governamentais da Volkswagen do Brasil, Antônio Mengale, disse nesta quinta-feira, em Brasília, que a empresa fará, no início de 2016, o recall dos 17.057 veículos do modelo Amarok que estão rodando no país com um sistema que altera os resultados de teste de emissões de gases poluentes.
Continua depois da publicidade
Com a medida, os carros terão o antigo software substituído por um novo que está em desenvolvimento pela matriz da empresa na Alemanha, com o apoio de instituições internacionais e universidades.
Volkswagen sofre 1º prejuízo trimestral em pelo menos 15 anos
O escândalo da manipulação das emissões dos gases poluentes começou com uma acusação da Agência de Proteção do Meio Ambiente (EPA), dos Estados Unidos. No mês passado, a EPA denunciou que uma família de motores a diesel da Volkswagen apresentava um software que fraudava testes em laboratório.
Desde então, verificou-se que o equipamento foi implantado em mais de 11 milhões de veículos em todo o mundo.
Continua depois da publicidade
– O software tem uma grande complexidade. Ele identifica que a condição daquele momento é de teste e faz uma regulagem do motor, que emite menos poluentes nessas condições. Na condição de rodagem, o software modifica o funcionamento do motor e privilegia a performance do veículo – observou Mengale.
Escândalo das emissões da Volkswagen envolve pelo menos 30 pessoas
O executivo destacou que a utilização do carro com o sistema não apresenta nenhuma “dificuldade”. Além disso, ressaltou que o software não interfere na segurança e no desempenho do carro.
– Mesmo assim, faremos o recall assim que o software estiver pronto – afirmou.
Volkswagen chama mais de 54 mil importados por falha no airbag
Segundo Mengale, a notícia da fraude foi recebida com surpresa pela Volkswagen do Brasil. O executivo comentou que o primeiro passo foi verificar se os carros brasileiros que usam esse tipo de motor também tinham o software.
– O levantamento que fizemos mostrou que o Brasil tem uma parte dos veículos que estão com esse software instalado. São veículos do ano/modelo 2011 e 2012 – esclareceu.
Continua depois da publicidade
Segundo ele, os automóveis produzidos a partir de 2013 não têm o software. Mengale também ressaltou que nenhum dos veículos a gasolina produzidos pela empresa no país têm esse sistema.
Escândalo de motores fraudados derruba presidente da Volkswagen
De acordo com o diretor, a empresa agora se esforça para descobrir se os resultados reais dos testes de emissões de gases nos carros fraudados estão ou não fora dos limites estabelecidos pela legislação nacional. O executivo também salientou que a Volkswagen arcará com as possíveis consequências da fraude, como possíveis multas.
– Mesmo (o sistema) alterando o resultado dos testes, precisamos checar se o veículo está ou não em conformidade com a lei brasileira. Mas, independentemente da reposta, nós substituiremos o software antigo pelo novo que está em desenvolvimento – garantiu.