Profissionais e empresas de design gráfico entregaram uma carta aberta para a Secretaria de Turismo de Florianópolis na qual elogiam a iniciativa de criar uma imagem para representar a cidade mas criticam as opções sugeridas para votação do público. O documento foi divulgado também pelas redes sociais e virou tema de discussão.

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O gestor de marcas Felipe Gondin, que escreveu o texto abaixo, está entre os profissionais que assinaram o manifesto. E você, reconhece Florianópolis em alguma das marcas acima?

“Está aberta (até o próximo 8 de agosto) uma votação para a comunidade escolher a Marca Turística de Florianópolis. Como profissional da área, cidadão nascido, criado e com empresa constituída em Florianópolis, acompanhei de perto os comentários em relação ao assunto. A iniciativa é extremamente válida e necessária. A cidade realmente precisa de uma marca e, mais do que isso, discutir e fomentar o turismo.

Quanto mais de tempo e dinheiro isso custará aos nossos bolsos?

Sim, nós estamos pagando por isso tudo.

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Mas percebi que boa parcela dos cidadãos, leigos ou não, reagiu de forma negativa ao que foi apresentado. Elas não se sentiram representadas por aquelas marcas que deveriam ser, acima de tudo, um ponto de contato e união entre a comunidade florianopolitana e motivo de orgulho ao mostrá-la para o mundo. Posicionamento um tanto confuso, ausência de uma estratégia definida, além de problemáticas estéticas, como aplicações e reduções.

É importante para a cidade ter uma marca. Afinal, somos a Capital Turística do Mercosul. Um título muito importante conquistado pelas nossas qualidades – que são muitas – e que deve sempre ser levado em consideração. Temos muito a ganhar com uma marca consistente: arrecadação, investimentos, melhoria de infraestrutura, entre outros tantos benefícios de uma cidade turística e cosmopolita.

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As opções criadas mostraram, porém, argumentos fracos, conceitos um tanto básicos e que fizeram a premissa da gestão de marca ser quebrada logo na sua raiz: as pessoas não compraram aquele conceito. A partir daí, qualquer esforço é forçar a barra em cima de um propósito que não foi bem compreendido.

Grandes cidades mundo afora como Nova York, Paris e Porto, têm marcas muito bem definidas, colocadas e entendidas mundialmente. Você absorve a atmosfera de Paris sem ter colocado os pés lá. Isso é comunicar a marca de um local. Promover desejos, sensações e estimular que pessoas visitem o lugar trabalhado, de forma concisa e clara.

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Quando não se consegue isso nem entre os moradores da cidade, é sinal de que o processo precisa ser revisto. Quem sabe, ainda, refeito.

Se as impressões se confirmarem, quanto mais de tempo e dinheiro isso custará aos nossos bolsos? Sim, nós estamos pagando por isso tudo.”