Você sabia que nosso organismo abriga colônias de bactérias que garantem o bom funcionamento e a saúde do organismo? Um exemplo é a microbiota vaginal, uma comunidade complexa de microrganismos que vivem na região íntima e são determinantes para manutenção da saúde vaginal, pois protegem contra infecções. 

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Também chamada de flora vaginal, essa comunidade é composta principalmente por bactérias que têm como principal função manter o pH da vagina equilibrado, criando um ambiente desfavorável ao crescimento de doenças. 

— Vale ressaltar que essa população microbiana não é fixa: ela muda de acordo com a idade, com o ciclo hormonal, com hábitos de higiene e com estilo de vida, explica Dra. Erica Cristina Furlan Moreira, ginecologista.

Entender melhor como a microbiota é formada e os fatores que influenciam nessa formação em diferentes fases da vida é o ponto de partida para saber quais os cuidados necessários para preservar a saúde íntima.

O que é a microbiota vaginal?

A microbiota vaginal é um conjunto de bactérias que habitam naturalmente o ambiente vaginal. A maior parte dessas bactérias pertence ao gênero Lactobacillus, um tipo de bactéria que produz ácido lático. 

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Esse ácido é essencial para preservar o pH vaginal em torno de 3,8 a 4,5, mantendo o ambiente levemente ácido, e protegendo, assim, a  vagina contra micro-organismos patogênicos, como fungos e bactérias prejudiciais.

Além dos Lactobacillus, outras bactérias também estão presentes na composição da flora vaginal, mas em menor quantidade, porém a predominância dos Lactobacillus é um indicativo de uma microbiota saudável. 

A especialista em saúde íntima, Dra. Erica, explica que o desequilíbrio da microbiota, chamado de disbiose vaginal, é uma condição que pode deixar a região íntima suscetível a infecções como a vaginose bacteriana e a candidíase.

Fatores que alteram a microbiota vaginal

A composição da microbiota vaginal pode ser alterada por diversos fatores, como estilo de vida, práticas de higiene e saúde sexual, com destaque para:

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  • O uso de antibióticos, especialmente de amplo espectro, pode reduzir a quantidade de Lactobacillus na vagina, permitindo que outras bactérias se proliferem descontroladamente, aumentando o risco de infecções.
  • Os hormônios sexuais, como o estrogênio, influenciam a composição da microbiota vaginal. Por isso, em fases como puberdade, gravidez e menopausa, há mudanças significativas na composição da microbiota.
  • A atividade sexual com diferentes parceiros pode introduzir novas bactérias na região vaginal e alterar o pH vaginal, afetando a composição da microbiota.
  • A higiene íntima inadequada, com uso excessivo de sabonetes que afetam o pH natural da região, produtos com excesso de perfumes e/ou de corantes pode impactar negativamente a microbiota. A prática de lavagem interna (ducha no canal vaginal) também é prejudicial por remover bactérias benéficas.
  • O estresse influencia o sistema imunológico, o que pode afetar a microbiota. Além disso, uma dieta rica em açúcares e carboidratos refinados pode aumentar o risco de infecções como a candidíase.
  • Alguns anticoncepcionais podem alterar a microbiota vaginal. Outras medicações, como corticoides e imunossupressores, também podem impactar o equilíbrio bacteriano.

Mudanças na microbiota vaginal em diferentes fases da vida

Dra. Erica Cristina Furlan Moreira destaca que a composição da microbiota vaginal não é estática e se modifica ao longo das diferentes fases da vida da mulher. Cada período apresenta características e desafios específicos.

— Na puberdade, a produção de estrogênio aumenta, resultando em um ambiente mais ácido. É nesse momento que a microbiota começa a se estabelecer, e a vagina desenvolve sua defesa natural contra patógenos. Já na fase adulta, a microbiota vaginal tende a se manter estável, mas ainda pode ser afetada por fatores externos, que podem introduzir ou favorecer o crescimento de bactérias que competem com os lactobacilos, aumentando o risco de infecção, explica a médica.

Além das fases citadas, a gestação e a menopausa são períodos específicos que merecem atenção. Durante a gestação, há um aumento elevado do estrogênio, tornando o pH vaginal mais ácido. Já na menopausa ocorre o contrário, há uma queda acentuada na produção desse hormônio, fazendo com que haja uma redução na quantidade de lactobacilos, assim, a região se torna menos ácida e mais propensa a infecções e inflamações. 

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A síndrome geniturinária da menopausa, que tem como sintomas mais comuns secura e irritação, também está associada a essas alterações na microbiota vaginal.

Como cuidar da microbiota vaginal

Manter uma microbiota vaginal saudável exige cuidados que respeitem o equilíbrio natural dessa região. 

Conheça algumas práticas recomendadas para preservar a saúde vaginal:

  • Evitar produtos agressivos que alteram o pH e removem as bactérias benéficas;
  • Incluir alimentos probióticos na alimentação e reduzir a ingestão de açúcar (que pode favorecer a proliferação de fungos);
  • Usar roupas íntimas de algodão e evitar o uso de roupas muito apertadas;
  • Manter o acompanhamento médico em fases de transição hormonal, como o climatério e a menopausa;
  • Lavar a região da vulva (somente por fora) diariamente com sabonete líquido íntimo com pH semelhante ao natural.

Adotar esses hábitos simples ajuda a garantir uma microbiota vaginal equilibrada e uma vida íntima saudável.

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