Mesmo com objetivos definidos, é difícil seguir o planejamento e alcançar as metas financeiras quando as compras são feitas de forma impulsiva, sem uma necessidade real do novo item. Isso é comum em pessoas que buscam a satisfação dos desejos como uma forma de sair da rotina, mas o “eu mereço” ou o “é para isso que eu trabalho” pode ser um sabotador de um futuro mais confortável. Afinal, para ter uma renda poupada e investida, é preciso abrir mão de algumas comodidades no presente – mas não todas.
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Manter o controle das receitas e despesas de forma periódica, quitar as dívidas e fazer compras em dinheiro (ou pagar no débito) são formas de manter as finanças organizadas da melhor maneira.
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Segundo Karin Krenkel, especialista em planejamento financeiro na Warren, qualquer pessoa está sujeita, ocasionalmente, a gastos não planejados, como compras desnecessárias ou aquisições realizadas em momentos de emoção intensa como empolgação ou frustração. Mas é preciso ficar atento para isso não virar um hábito.
— A impulsividade pode ser descrita como a tendência a escolher uma recompensa imediata em detrimento de um bem maior. Ou seja, uma pessoa que faz compras por impulso pode até satisfazer seus desejos momentaneamente, mas pode também acabar colocando em risco seu bolso, seu orçamento mensal e seus planos para o futuro.
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Por isso, a especialista trouxe algumas dicas para evitar as compras por impulsividade e para manter a vida financeira mais saudável.
Diferencie vontades e necessidades
Quem nunca deu uma passeada no shopping sem segundas intenções e voltou com sacolas a mais, que atire a primeira pedra. Mas, segundo a especialista, saber diferenciar necessidades reais de compra e vontades momentâneas é uma das chaves para frear os impulsos.
— Claro que você não precisa parar de satisfazer todas as suas vontades. Mas é preciso criar o costume de fazer essa diferenciação, para analisar quando a satisfação de uma vontade imediata pode acabar prejudicando a realização de necessidades reais — detalha.
Ou seja, tudo bem escolher uns lookinhos novos de vez em quando, mas o simples hábito de comprar para preencher um vazio não é saudável emocionalmente, muito menos financeiramente.
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Crie uma reserva da auto-recompensa
Quando se fala em cortar o dispensável, não é preciso levar ao pé da letra. As pessoas têm necessidades e desejos diferentes, hábitos de consumo e estilos de vida distintos. Mas ninguém vai negar que fazer um planejamento é uma parte muito importante do processo de organização financeira.
Por isso, a orientação de Krenkel é prever um valor específico para gastos à vontade, de acordo com sua situação financeira. A ideia é que a pessoa reserve uma quantia justamente para aqueles momentos em que o inconsciente vai vencer o racional.
— A ideia é que esses gastos que realizamos em momentos de cansaço ou frustração sejam previstos. Mas, é claro, é preciso ter cuidado para não extrapolar o limite estabelecido. E se o dinheiro não for utilizado, você pode guardá-lo para outros fins, como adicionar um extra à sua reserva de emergência ou independência financeira — completa.
Faça listas
Seus pais não iam ao supermercado com listas sem motivo. Ao sair sem ter ideia do que precisa, é mais fácil comprar apenas o que você quer. E o que você quer pode não ser o mais barato, mais saudável, ou o que é necessário naquele momento.
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Para Krenkel, fazer listas antes de sair para as compras é sempre uma boa dica.
— Com uma lista, você sabe o que tem que levar. Por consequência, vai direto onde tem que ir, sem ter que ficar passando os olhos em outras coisas, correndo o risco de despertar o impulso nas compras. Tanto um supermercado quanto aquelas compras que você faz em um calçadão, leve a lista. Se encontrar coisas que não estão listadas, elas correm sério risco de serem desnecessárias — alerta.
O tempo é o melhor remédio
Se você passou por uma loja, amou uma bolsa ou um tênis, chegou em casa e viu que tinha um item parecido, meio jogado de lado, é improvável que retorne para a compra, certo? Fingir que é sua própria mãe e dizer “amanhã a gente compra” pode ser a melhor estratégia para evitar compras por impulso.
— Especialistas recomendam que, ao perceber uma vontade imediata de compra, o consumidor deixe-a para o dia seguinte a fim de comprovar a real necessidade da aquisição. Esse tempo pode fazer toda a diferença. Mas se não puder esperar para o dia seguinte, ao menos, vá dar um passeio antes de efetivar o gasto — explica a especialista.
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É preciso dar a si mesmo alguns instantes de reflexão, analisar o orçamento, vontades e necessidades, além do impacto que a compra terá nas contas. Assim, diminuem as chances de uma dor de cabeça futura.
Autoconhecimento
Não só para o aspecto financeiro, o autoconhecimento ajuda a verificar padrões de comportamento, quais são os gatilhos para essas atitudes e achar formas de romper um ciclo que não faça bem no longo prazo.
Por isso, a especialista afirma que é importante descobrir em que momentos o consumidor realizou compras equivocadas e se arrependeu depois e comprometeu o orçamento; o que acontece repetidamente nos momentos em que nos auto sabotamos no consumo.
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Para ajudar nesse processo, ela cita que algumas perguntas ajudam: Em que momentos eu faço os piores negócios? Em que momentos eu me atrapalho e compro mais? É quando estou muito braba? É no fim do dia, quando estou mais cansada? É logo depois de receber o meu salário? Por que estou consumindo? O que me leva a gastar? Esse consumo está melhorando a minha vida?
A dica final da especialista para controlar o impulso nas compras é sempre se lembrar que seus sonhos ou necessidades devem vir em primeiro lugar.
— Economizar é o caminho mais fácil para isso. Se sobra dinheiro, seu sonho fica mais perto! Então, quando estiver prestes a gastar sem necessidade ou porque o produto te chamou a atenção, seja mais forte ainda e guarde — completa.
Qual seu perfil de gastador?
Preparamos um breve teste que pode ajudar a identificar se você compra por necessidade ou por impulso. Responda o Quiz abaixo e vamos descobrir juntos!
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