“Há pouco mais de um mês, foi divulgado que o concurso público para o Instituto Geral de Perícias (IGP) terá 218 candidatos por vaga. Questiono-me se todos os mais de 30 mil inscritos têm vocação para exercer as atribuições do cargo a que concorrem ou se estão apenas buscando salário que garanta a eles o sustento e a tão sonhada estabilidade no serviço público.
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A administração pública, de modo geral, está lotada de servidores infelizes, seja com suas atribuições, colegas, chefes ou com os rendimentos. Isso se deve a inúmeros fatores, como o exercício da mesma função dia após dia, em uma rotina sem fim; a remuneração, que vez ou outra, tem pequenos aumentos; ou a falta de incentivo, com planos de carreira que valorizem o servidor que se aprimora, estuda e se dedica ao que faz. Como consequência desse descontentamento ocorre o mau atendimento à população.
É lógico que também na atividade privada existem profissionais infelizes. Mas, neste caso, a chance desse profissional permanecer inerte é muito menor, pois pelo dinamismo e características das empresas em que trabalha, ele sabe que não há tempo a perder, que para crescer na iniciativa privada depende do próprio esforço, do comprometimento e da vontade de chegar ao topo. E atribuo essa diferença entre o comportamento do servidor público e do trabalhador privado a uma característica fundamental: a estabilidade. O empregado privado tem consciência de que sua acomodação pode acarretar demissão, o que não é percebido pelo servidor público.
Por isso, torço para que os aprovados no concurso do IGP e em todos os outros concursos públicos sejam aqueles candidatos vocacionados ao cargo a que concorrem. Os vitoriosos – além dos próprios aprovados, que não precisarão contar os dias até a data do pagamento, já que exercem sua função com amor – seremos nós, que certamente teremos um atendimento com carinho, atenção e profissionalismo.“
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