_ Ele estava ali do nosso lado conversando normal, não tremia, só suava muito.

Continua depois da publicidade

É desta forma que um comerciante do bairro Morretes, em Itapema,lembra como Wellington Faversani Boltão, suspeito de matar com golpes de alavanca Taise Cristiane Carvalho do Rosário, 21 anos, agia na manhã de quinta-feira. O homem, que prefere não se identificar, diz que soube do crime quando um vizinho foi até o estabelecimento dele pedir um celular emprestado para chamar a polícia.

_ Ele estava tranquilo. Os policiais pegaram as meninas e entregaram para o Wellington e ele as trouxe até a minha mulher, que se ofereceu para cuidar delas _ recorda.

Os gritos de desespero que ecoavam na rua foram o alerta para que um dos vizinhos fosse ver o que estava acontecendo. Ele chegou a perguntar a Wellington, dono de uma oficina náutica localizada embaixo do apartamento de Taise, se ele tinha notado algo de estranho.

_ Quando o meu pai souber disso, vou ter que falar com bastante calma. Ainda bem que as crianças estavam no quarto _ teria dito Wellington para os moradores que acompanhavam o trabalho da polícia.

Continua depois da publicidade

Leia mais:

::: “Ainda não sei como vai ser com as bebês”, diz marido de mulher morta com alavanca em Itapema

::: Polícia prende suspeito de matar mulher a golpes de alavanca de ferro em Itapema

::: Mulher sofre tentativa de homicídio em Itapema

Ele foi preso pela polícia momentos depois em casa. Segundo a delegada Grace Closs, o rapaz teria confessado o crime a ela e a um agente em conversas informais e, depois, para o pai na sala da delegacia.

_ Eu te amo, só queria ser como você. Você não tem culpa de nada. Eu fiz, me desculpe, perdão. Não sei porque fiz isso, não foi nada premeditado. Você sabe que eu estava indo em um psiquiatra, mas não estava adiantando _ teria dito o suspeito ao pai, conforme Grace.

Sem confissão formal

A delegada explica que as confissões de Wellington não foram gravadas. Quando ela ia começar a tomar o depoimento por escrito, o pai de Wellington chegou com dois advogados que o orientaram a declarar que vai falar apenas em juízo. A polícia ainda não confirma se, de fato, Wellington passava por tratamentos psiquiátricos.

Continua depois da publicidade

A delegada informa que a alavanca de ferro utilizada para golpear a cabeça de Taise foi apreendida na área de manutenção da oficina náutica do suspeito.

_ Ele já havia limpado, os tênis e as vestes que usava também, mas conseguimos pegar e levar para ser periciado.

A Polícia Civil também apreendeu os celulares de Wellington e de Taise e vai pedir a quebra dos sigilos telefônicos. Na próxima semana Grace pretende ouvir a namorada do suspeito.

A delegada ouviu duas irmãs de Taise, que eram confidentes dela, em depoimento elas alegaram desconhecer qualquer relação entre os dois. De acordo com Grace, a família relatou que Taise era bastante reclusa.

Continua depois da publicidade

Um papiloscopista e um perito do Instituto Geral de Perícias (IGP) estiveram no local para coletar impressões digitais e fotografar a cena do crime. Também foram coletadas amostras de produtos inflamáveis, como álcool em gel, que pode ter sido usado para atear fogo em Taise. O laudo deve ficar pronto em 30 dias.