– Na hora a gente não pensa, tenho dois filhos, era a vida de um ser humano que estava em risco. Pensei que se acontecesse com um dos meus, iria querer que fizessem o mesmo por eles – disse o vizinho da família Novara, Nilson Rodrigues, 43 anos, que entrou no apartamento em chamas e retirou o corpo do pequeno Guilherme de França, dois anos.
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O apartamento em que o menino estava com a bisavó, Sonia Novara, 53 anos, no Centro de Balneário Barra do Sul, pegou fogo na manhã desta quinta-feira. Guilherme morreu carbonizado. Sonia foi levada para o pronto-atendimento do município com queimaduras em um dos braços e por ter inalado muita fumaça.
Nilson conta que estava em casa, por conta de um problema na coluna, no momento em que viu fumaça próximo ao prédio vizinho. No início, ele pensou que tivesse ocorrido um princípio de incêndio em um restaurante ao lado da residência dos Novara.
– Se naquela hora eu tivesse imaginado que tinha uma criança lá, talvez tivesse conseguido retirá-lo com vida – lamenta-se, olhando para o prédio interditado após o controle do incêndio.
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Quando viu os bombeiros chegando, Nilson se deu conta de que realmente era um incêndio e saiu correndo de casa, vestindo apenas bermuda, camiseta e chinelos. Ao chegar no local, soube que o pequeno Guilherme ainda estava no apartamento.
Ele pegou um pé de cabra para quebrar a porta de vidro e entrar no prédio, após subir as escadas também abriu um buraco em uma das paredes para ter acesso aos fundos da residência.
Nilson relata que a fumaça que vinha era muito densa e negra, para se proteger, tirou a camiseta e amarrou envolta do nariz. Contando com a ajuda de um bombeiro, que jogava água nele, Nilson foi entrando, até chegar ao último cômodo do apartamento. Ao perceber que a criança estava ali, enrolou a camiseta nela, achando que ainda estava viva.
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– É uma cena que nunca mais vou esquecer. Na hora você prefere morrer ao que ver aquilo – desabafa Nilson.
Menino foi encontrado no quarto por vizinho