A mala está aberta, aqui ao meu lado. Comecei a arrumar as coisas para viajar, e decidir o que levar é sempre o maior desafio. Separo roupas, sapatos, remédios, documentos, livro, bloco, guia turístico, máquina fotográfica e coloco tudo na mala. Depois, tiro e começo de novo, desta vez cortando pelo menos a metade dos itens, porque sair por aí carregando bagagem pesada realmente é esforço desnecessário. E minha combalida coluna vertebral reclama quando passo dos limites. É a tal da meia-idade… Então, melhor prevenir.
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Eu gosto de preparativos de viagem, embora sempre fique estressada com medo de esquecer alguma coisa importante, como documentos ou passaporte. Mas adoro ler guias, planejar o que fazer a cada dia, conhecer pela internet os lugares e hotéis, saber um pouco mais da história do destino para onde estou indo. De resto, bom mesmo é a aventura e o inesperado!
Nestas férias – que começam neste sábado – demorei um pouco mais para planejar a saída, porque, pela primeira vez, tenho uma preocupação extra em uma viagem mais longa: as duas companheiras de trip são minha mãe, de 72 anos, e uma amiga, de 66. Disposição elas têm de sobra, querem aproveitar a viagem ao máximo. Mas, mesmo assim, é bom tomar alguns cuidados para evitar surpresas. Não queremos que nada estrague nossas férias.
Escolhemos hotéis que ficam próximos ao centro das cidades por onde passaremos, para facilitar a logística. Serão poucos destinos, pois só assim é possível conhecer melhor cada um deles. Queremos tempo para passear pelas ruas com calma, saborear um café sem pressa, olhar o movimento nas calçadas, admirar a arquitetura das cidades e as paisagens, conversar com as pessoas… Fugimos de excursões onde os turistas mal têm tempo de descer do ônibus, olhar tudo rapidamente e já partir para o próximo destino. Nos interessa a qualidade, não a quantidade de carimbos no passaporte.
Como precaução nunca é demais, estamos levando uma “farmacinha” básica, onde, além de todos os remédios que fazem parte do nosso dia-a-dia, colocamos também aqueles que, numa eventualidade, poderão ser necessários. E se a comida fizer mal? E se bater a insônia ou uma ansiedade? Dor nas costas? Cólica? Unha encravada? Pele ressecada?
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A listinha básica de medicamentos e cremes é quase maior do que a de roupas. Mas faz parte do “pacote”. Não dá para viajar sem. Além disso, muito protetor solar, garrafinhas de água, sapato de solado confortável e disposição, que é o que não falta a nenhuma das três.
Quando tive um câncer, há dois anos (tive, porque isso ficou lá no passado), prometi para minha mãe que, assim que eu ficasse boa, nós iríamos juntas a Paris, sonho antigo de ambas. Decidimos colocar esse projeto em prática agora, porque a vida já nos ensinou, a mim e a ela, que não dá para deixar para ser feliz depois.
Pois bem, estamos partindo, então. Na volta, conto aqui como foi.