Acabaram-se as férias… E, aqui, de volta aos afazeres do dia a dia, fico pensando: será que a gente gosta tanto assim das férias porque sabemos que elas têm dia certo para começar e terminar? Não sei se eu gostaria de viver sem ter maiores obrigações, horários a cumprir, agendas e compromissos. Acho que pode ser legal por um tempo, mas depois deve cansar, bater um certo sentimento de inutilidade. Por isso, é tão importante preparar-se para a aposentadoria e, depois de já não precisar mais bater ponto no trabalho, ocupar-se com outras atividades, de preferência prazerosas.
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Mas aposentadoria é assunto para mais adiante – daqui a alguns anos, quem sabe? Melhor falar das férias, que foram curtas mas ótimas. Eu já tinha escrito aqui, um mês atrás, que realizaria um desejo antigo de passear com a minha mãe, uma professora aposentada, por algumas cidades da Europa. Vínhamos acalentando este sonho há anos. Até que, agora em agosto, deu tudo certo.
Convidamos mais uma amiga de longa data, ótima parceira, e fomos “balançar as tranças” em Lisboa, Madri e Paris. Foi a mãe quem escolheu o roteiro, depois de muito pensar, já que o sonho dela é conhecer o mundo inteiro.
Receio? Quase nenhum. Remedinhos básicos na bagagem, guias com endereços (inclusive de hospitais, para alguma emergência). Mas prometemos que não falaríamos em doença. Afinal, férias são pra isso também. Maridos no aeroporto, acenando na hora do embarque. E lá fomos nós… Cheias de expectativas.
Lisboa nos esperava com um sol radiante, e nós, de pés inchados depois de horas de avião e muito protetor solar para enfrentar o calor europeu, nem pensamos em descansar. Malas no hotel e… rua. A cidade nos deu uma sensação de estar em casa, só que comendo bacalhau por um preço muito mais em conta e falando um português parecido com o dos manezinhos da Ilha. Voltamos ao tempo das grandes navegações e entendemos um pouco mais sobre o nosso passado.
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Passeamos em Óbidos, jóia medieval, enfeitada com sacadas e caramanchões floridos, ruas inteiras de cafés e restaurantes com mesinhas na calçada. Dava vontade de não sair mais de lá, de ficar fazendo parte daquela multidão alegre e colorida.
Fomos também às belas Sintra e Cascais, para onde se mudava a corte portuguesa nos meses de verão (daí, a razão dos belíssimos castelos).
Depois, Madri e suas 44 praças. Difícil dizer qual a mais bela. Carregada de flores multicoloridas, foram palco de muitas fotografias.
O passeio de trem até a medieval Toledo (que mais parecia ter saído de um livro de estórias – ou história?), os tapas deliciosos, a visita ao castelo da Rainha Sofia, a cervejinha gelada curtindo o anoitecer na espetacular Plaza Mayor… São muitas as lembranças.
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Dias mais tarde, uma paradinha na encantadora Burgos, onde provei as mais saborosas cerejas da minha vida. E o que é melhor; a preço de bananas…
Cruzamos o Vale do Loire (que os portugueses chamam de Loira), passamos também pela belíssima Bordeaux em direção a Paris, nossa última parada. Puro charme nas grandes avenidas onde os plátanos dourados já mostram que o outono não tarda.
Visitas – com paradas para agradecer pelas férias maravilhosas – na Notre Dame e na Sacré Couer. Felizes, enfrentamos a fila de turistas do mundo inteiro que também queriam passear pelo Rio Sena a bordo do bateaux mouche, admirando as luzes da cidade. E muitas horas de caminhadas pela cidade, sem pressa, até o dia da volta.
No aeroporto, esperando a hora de voltar para o Brasil, difícil dizer se carregávamos nossas malas ou nos apoiávamos nelas para prosseguir em pé. Corpos cansados, sim. Mas felizes, porque tudo deu certo. Fomos e voltamos sem qualquer contratempo. Nem dor de cabeça. Apenas o desejo de viajar novamente, enquanto a vida nos permitir.
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Dia desses vi minha mãe debruçada sobre o mapa-múndi. O que será que ela está tramando agora? Seja o que for, sou parceira.