Mariane e Marco são casados há mais de 20 anos. A união segue firme e forte, e muita gente pergunta a eles qual a receita para uma relação durar tanto tempo. A dupla é taxativa: o segredo reside em cada um manter a sua individualidade, porém, sem abrir mão da vida a dois. Como assim?

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Eles exemplificam. Marco gosta de jogar futebol toda terça-feira. Quando a mulher engravidou, ele até deixou de participar do time da empresa, pra ficar em casa com ela, fazendo-lhe companhia.

– Meu amor, eu estou bem, vai pro teu joguinho – ela dizia.

Mas o marido achava que tinha obrigação de estar ao lado dela, em casa. E se Mariane sentisse alguma coisa diferente justamente na noite do futebol? Mas tanto ela pediu que ele voltou a praticar seu exercício da terça-feira.

Mal ele bateu a porta – não sem antes deixar com ela, inclusive, o telefone do clube onde jogava bola, pra qualquer emergência – e Mariane correu para o celular, para chamar as amigas.

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– Gente, graças a Deus o Marco voltou pro futebol. Vivi, traz as cartas e vem logo, que as gurias estão chegando. Hoje vamos jogar pôquer a dinheiro!

Todas as semanas, enquanto Marco jogava bola, a gente se reunia para colocar o papo em dia, jogar carta, ir ao cinema ou tomar um chope num lugar qualquer. Noite de terça-feira era sagrada: cada um encontrava seus próprios amigos.

Isso é manter a individualidade. É achar graça em fazer coisas sem a companhia do outro. É não precisar estar sempre grudado para se sentir comprometido.

– Ah não, nós fazemos tudo juntinhos. Não gosto que meu marido saia sozinho – me conta uma amiga.

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Cada caso é um caso, e cada casal encontra a sua própria receita para manter um casamento – que só vale a pena quando for bom para ambas as partes.

Diferenças

Silvia ama shopping. Rafael odeia. É justo que ela o obrigue a peregrinar pelas lojas, atrás daquele vestido pink que ela tanto quer comprar para desfilar no verão? Por outro lado, Rafael adora carros e velocidade. Tem um Jipe para participar de ralis.

Só de pensar naquele barro todo, a mulher quase tem uma síncope nervosa. Mas eles se amam e, apesar das discussões (inevitáveis em qualquer casamento), acreditam que o fato de gostarem de coisas diferentes não inviabiliza a relação.

– Cada um cede um pouco. Vou ao shopping sem ele, que, também, não conta comigo como companheira de rali. Mas somos parceiros em muitas outras coisas, e isso faz toda a diferença – ela conta.

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É isso aí. Cada casal precisa encontrar seu ponto de equilíbrio. Pode até demorar um pouco, mas vale a pena.