Mãe de Thiago e Guilherme e esposa de Celso, Viviane Bevilacqua assume uma nova missão no Diário Catarinense: colunista diária. Escrevinhadora dominical, a partir de amanhã Viviane passa a compartilhar seus pensamentos todos os dias sobre temas predominantemente ligados ao universo familiar, sua importância e seus dilemas.
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É verdade que todos os nossos colunistas são colunistas da família, mesmo que uns mais, outros menos. Mas Viviane é diferente. A cada texto dela percebe-se o espírito de uma mãe, de uma irmã, de uma filha, de uma amiga fiel. Percebe-se nas entrelinhas o pensamento de uma mulher, no mais amplo sentido da palavra.
Aos 50 anos recém-completados – e só cometo a inconfidência da revelação pública porque a filha de dona Iara e seu Paulo celebrou com visível maturidade e sorrisos o ingresso na nova vida em uma cerimônia improvisada na Redação na qual a idade redonda era o motivo do júbilo especial -, com 33 destes anos dedicados ao jornalismo, a mudança de papel da colunista atende a um pedido de um dos setores mais queridos do Grupo RBS: o Call Center.
Antenado nos anseios do leitor, uma espécie de ouvidor-mor da empresa, o Call Center manifestou o desejo ao receber uma visita do renomado Moacir Pereira e da editora Deca Soares, ainda em agosto. Na época, avisaram: os assinantes querem um colunista que aborde, todos os dias, assuntos familiares. Temas de pai e mãe, de filhos, de irmãos, de comportamento, capazes de fazer sentido a quem vive em família, ou não.
Missão dada, missão cumprida.
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Repórter de mão cheia e multipremiada, a irmã de Paulo sempre teve apreço especial por contar a história de gente como a gente. De causo em causo, Viviane virou colunista por acaso num domingo de 2005, quando passou a compartilhar seus pensamentos com os leitores da Revista Donna. Sem planejar, foi conquistando corações, sutilmente, assim como confessou o leitor Andrei Almeida em e-mail enviado à Redação no dia 10 do mês passado:
“Viviane, bom dia! Em um certo final de semana, lendo o DC de domingo, achei uma coluna nova no jornal e resolvi ler… Qual não foi a minha surpresa, realmente gostei muito do que li e resolvi experimentar na semana seguinte e gostei novamente. Agora, sempre dedico uma parte do DC de domingo a seus textos, sempre muito bons…”
Como se vê, a cunhada de Cleci, Cleto, Cláudio, Cesar, Carlos e Rosangela não sintoniza apenas com as mulheres. Professora nas horas vagas, chocólatra assumida, viajante inveterada, Viviane assume o espaço físico que até hoje é ocupado pelo colunista Ancelmo Gois, ao lado da seção de Memória e Há 20 Anos no DC.
Com a visão de uma mulher que vive a observar atentamente o mundo ao seu redor, a nora da dona Maria pode ser, a partir de amanhã, aquela amiga que senta numa cadeira da varanda e oferece colo aconchegante ao pensamento alheio. Forte como são as mulheres e corajosa como os que já debelaram um câncer, Viviane jamais perde o sorriso, mesmo quando contrariada, como destilou numa crônica na qual ela se mostrava indignada com a exagerada antecipação do Natal, que chega cada vez muito antes dos dezembros: “Não temos mais a mínima consideração com os novembros”.
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Como as mulheres das melhores cepas, defende com jeitinho até o respeito ao calendário.
Entrevista com a colunista Viviane Bevilacqua
“Se a mulher adoece, a casa adoece”
Todas as mães são iguais?
Viviane – Salvo os casos patológicos, as mães são bem parecidas. Sentem um amor incondicional por seus rebentos, os defendem com unhas e dentes, sofrem por antecipação ao imaginarem que algo de ruim pode lhes acontecer e tem um orgulho danado da prole. Ou seja: somos superprotetoras e apaixonadas por eles. Mas com razão…. Filho é filho e ponto final.
Por que as mulheres são mais fortes?
Viviane – A mulher é o esteio da família, quem verdadeiramente comanda a casa. Se o homem está doente, ela cuida do marido, do lar, dos filhos e de quem mais precisar. Se ela adoece, a casa adoece. Mas vou confessar uma coisa: às vezes cansa ser forte. E, nessas horas, queremos só um colinho protetor…
O que é uma mulher mal resolvida?
Viviane – É a que não sabe o que quer. Ou talvez até saiba, mas não tem coragem de assumir desejos, correr riscos ou fazer sacrifícios. É a que ainda não se apropriou da própria vida e não fez escolhas conscientes.
Como você consegue que suas crônicas sejam tão bem aceitas pelos homens?
Viviane – Os homens gostam de ler histórias que, de alguma forma, possam ajudá-los a entender melhor o universo menos palpável e mais emocional.
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