Durante a Copa, os maridos ficam mais bonzinhos. Basta que você não implique com o fato de ele passar o dia (e a noite) vendo jogo e ouvindo todos os comentários a respeito do mesmo, em vários canais de televisão. Ah, e depois ainda “precisam” dar uma espiadinha nos blogs pra saber das últimas novidades do Mundial. Experimente fazer o seguinte: quando seu marido estiver assistindo a um jogo (qualquer um serve, eles gostam de todos, mesmo), pare na frente dele (ou melhor, entre ele e a televisão) e peça qualquer coisa, do tipo:

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– Amor, posso pegar teu carro (que é novo e ele detesta que você o dirija) para ir ao supermercado? O meu está sem gasolina.

Ele, com certeza, vai responder:

– Vai, vai, mas sai da frente da tevê, pô. Putz, quase que sai um gol e eu perdi o lance!

Ou então, peça algo que, em circunstâncias normais, deixaria seu marido louco da vida. – Benhê, a minha mãe telefonou e avisou que vem passar uma temporada aqui em casa. Disse que o ar da praia vai fazer bem para a saúde dela.

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– Tá bom, tá bom, mas pelo amor de Deus, justo agora que o Brasil partiu para o ataque a gente tem que conversar? Pra mim, o que você decidir, tá decidido – pontua o marido.

Ele não ouviu nada do que você disse, mas o que importa é que ele concordou. E quando a sogra chegar, não vai poder dizer que não foi avisado. São pequenas táticas, todas infalíveis.

– uuuuu

Essa mania de fazer bolão durante a Copa é engraçada e contagiante. Sempre participo de algum, pela brincadeira (é claro que, se ganhar uma graninha, fico mais feliz ainda). O mais legal é quando dá uma zebra geral e os homens, que se dizem tão entendidos do esporte, erram feio o resultado de algum jogo. Eles estudam muito antes de preencherem seus palpites. Lembram do histórico do time, como cada um se saiu no último Mundial, veem quantos jogadores importantes cada seleção tem e fazem projeções mirabolantes. Aí, só depois de muito estudar e de quebrar a cabeça com a tabela dos jogos na mão, é que resolvem arriscar os placares. Nós, mulheres (não estou incluindo aqui as que entendem deste esporte), temos uma tática diferente:

– Eslovênia e Estados Unidos? Ah, Eslovênia, claro. Tadinhos. Os Estados Unidos são muito mais ricos… Argentina e Nigéria? Óbvio que aposto na Nigéria. Os argentinos acham que têm o rei na barriga.

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– Sérvia e Gana? Putz, esse tá brabo. Os dois povos já sofreram tanto. Vou colocar empate.

– Camarões e Dinamarca? Ah, sem dúvida Camarões. Eles foram a alegria da outra Copa, com suas roupas coloridas. Ou seja, sentimentalismo 10, conhecimento de futebol, quase nada. E, mesmo assim, às vezes ainda nos classificamos melhor do que os entendidos. Afinal, como bem dizem os jogadores em qualquer entrevista na televisão, o futebol é uma “caixinha de surpresas”. Mais original, impossível.

– uuuuu

Caminhando no Parque de Coqueiros, domingo à tarde, notei o efeito “Copa do Mundo”. Explico: não havia homem por lá. As pessoas do sexo masculino mais velhas deviam ter uns seis, sete anos de idade. Todos os demais – aí incluindo meu marido, filhos e meu pai – estavam em casa, bem acomodados no sofá, assistindo aos jogos pela televisão. No parquinho infantil, só dava mãe embalando os pequenos nos balanços ou aparando os filhotes no escorregador. Parecia um encontro de comadres no parque. É impressionante: os homens sumiram das ruas nos horários dos jogos!