O grupo de amigos estava esperando havia mais de uma semana por um dia nublado e menos quente para cumprir um programa que já estava combinado desde o verão passado: subir até o alto do morro Cambirela, na Grande Florianópolis. Nenhum deles está acostumado a fazer trilha, ainda mais uma pesada e com trechos íngremes como aquela.

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Mas estavam decididos a ir, antes de voltar para casa em Curitiba, o que vai acontecer no próximo domingo. Pois bem. Marcaram o dia, contrataram um guia (o que é muito importante quando não se tem experiência em trilha), prepararam a mochila com alguns itens básicos como água, lanche leve, protetor solar e repelente, e saíram.

O carro ficou no pé do morro, na BR-101, em Palhoça. Só de olhar para o Cambirela de pertinho (são 1.043 metros de altura), um deles, o mais gordinho, quase desistiu. Mas achou que seria mais fácil encarar a subida do que aguentar a gozação dos outros, caso amarelasse mesmo antes de começar.

Os primeiros metros foram fáceis. Riam, conversavam, paravam para fazer algumas fotos e tomar uns goles de água. À medida que subiam, entretanto, a vontade de conversar ia rareando, na mesma proporção em que o fôlego diminuía sensivelmente.

Dois deles, com bom preparo físico, iam na frente, sem paciência para acompanhar os retardatários que paravam a cada meia dúzia de passos. O guia ajudava e animava a rapaziada, mas ele já havia avisado que é uma trilha muito difícil de ser percorrida e que exige um bom preparo físico dos aventureiros.

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Após umas duas horas de caminhada, o grupo chegou a um platô, de onde se pode avistar pela primeira vez todo o litoral, desde Florianópolis até a Praia da Pinheira, um visual incrível. Ao olhar para cima, o gordinho, completamente esgotado, disse que ficaria ali esperando os amigos descerem. Pessoas de outros grupos estavam na mesma situação, haviam desistido de ir até o alto.

O resto da turma subiu – a última parte do trajeto é ainda mais íngreme – até o topo. Os amigos reiteraram, na volta, que o visual é incrível, o que as fotos comprovaram. Depois de um lanche e do merecido descanso, desceram todos juntos até a estrada. Foi uma aventura e tanto.

Dia seguinte mal conseguiam ficar em pé, o corpo inteiro doía. Se valeu a experiência? Pelo jeito sim. Ontem eles já estudavam no mapa do celular qual será a grande trilha do próximo verão. Só o gordinho não parece muito animado. Os amigos, pelo jeito, passarão trabalho para convencê-lo a participar da próxima aventura.