O aposentado de 68 anos foi um dos primeiros guias turísticos credenciados pela Embratur em Lages. Atualmente, ministra palestras sobre conscientização turística. Apaixonado pelo povo serrano, presenciou a transformação da região. Nasceu em Correia Pinto, quando a cide ainda era distrito de Lages e tinha um quarto da população atual. Conhecedor profundo da história local, acompanhou o início do turismo rural e adora falar dos causos e lendas serranas.
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Lenda urbana
O Parque Jonas Ramos, conhecido como Tanque, é cenário de uma das lendas da região, época em que Lages era uma vila. Conforme Matias, o fundador da cidade, Antonio Correia Pinto de Macedo, mandou cercar o lago com taipas e colocou homens armados para proteger as lavadeiras que trabalhavam ali. Ele conta que um monge profetizou que uma escrava indígena ficaria grávida de um homem importante e que, depois de alguns acontecimentos, surgiria uma serpente no tanque. Matias também se lembra da época em que remava canoas no lago para ganhar trocados. Inspirado nas gôndolas venezianas, cantava músicas eruditas que alguns casais apaixonados pediam para repetir, enquanto outros insistiam para parar.
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Atração natural
O Parque Natural João Theodoro da Costa Neto é um respiro em meio à cidade de Lages. São 2,3 milhões de metros quadrados de área preservada no perímetro urbano. Com acesso pela BR-116 e BR-282, foi inaugurado em 1997. As cachoeiras e as árvores centenárias com mais de 30 metros impressionam e atraem excursões e grupos de estudantes. Outro diferencial é a fauna encontrada. Foram catalogadas no local 168 espécies de aves, 21 de mamíferos e nove de répteis. Matias lembra da época que guiava grupos de escolas pelo parque e as crianças, encantadas com as quedas-d?água, não queriam deixar o local, principalmente no verão.
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Praia de Lages
Quem disse que o lageano não tem praia? O Salto do Rio Caveiras é uma área que foi alagada para a construção de uma usina hidrelétrica e funciona como uma espécie de balneário. A 20 quilômetros do centro da cidade, no distrito de Santa Terezinha do Salto, é local de acampamento, lazer e esportes aquáticos. Hoje conta com restaurantes, mas há cinco décadas, Matias e seus irmãos precisavam levar carne ou frango assado e fazer piqueniques na área. O local sedia a Festa Mundial do Lambari e a Festa da Galinha Caipira.
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Cenário de fé
O Morro da Cruz, conhecido por este nome por ter uma cruz com 26 metros de altura, tem ligação estreita com a infância de Matias. O local, que é símbolo histórico de crença e cultura na região, foi cenário de brincadeiras e estripulias dele e do irmão. O morro também atrai quem busca uma vista privilegiada da cidade e os que querem saltar de parapente. Há ainda 500 degraus, em homenagem ao aniversário do Brasil, e uma capela ecumênica bem no topo.