As quatro vítimas de chacina no bairro Ulysses Guimarães eram parentes e estavam na cidade a passeio quando foram mortas, conforme informou o delegado Dirceu Silveira Júnior, titular da Delegacia de Homicídios de Joinville. Todos os mortos são homens, sendo um deles menor de idade.
Continua depois da publicidade
Acesse para receber notícias de Joinville e região pelo WhatsApp
O assassinato em massa aconteceu no dia 7 de janeiro, mas os corpos só foram encontrados na tarde de quarta-feira (23), cerca de dois meses e meio após o crime. Um dia antes, outra chacina vitimou sete trabalhadores que viviam em um alojamento no bairro Morro do Meio. Apesar de terem sido praticados em um mesmo fim de semana, o investigador diz que, inicialmente, os casos não têm ligação entre si. O que se sabe é que integrantes de uma mesma facção criminosa teriam praticado os assassinatos.
Segundo o delegado, os quatro homens eram de Campo Largo (PR) e estavam há cerca de uma semana em Joinville visitando uma parente em um determinado bairro da cidade quando foram ameaçados por integrantes de uma organização criminosa. Após a intimidação, as vítimas mudaram-se de endereço para um imóvel no Ulysses Guimarães, mas foram novamente encontradas e, desta vez, mortas.
Os cadáveres foram enterrados em uma mesma vala no final da Avenida Dr. Archimedes Carvalho, dentro de uma chácara. Como estavam em um buraco bastante fundo, a polícia precisou contar com a ajuda dos bombeiros voluntários e também de maquinários da prefeitura para desenterrá-los.
Continua depois da publicidade
A princípio, Dirceu Silveira afirma que a escolha do local foi aleatória e que os proprietários da área privada não têm, portanto, envolvimento com o caso.
— Acreditamos que essas vítimas tenham sido executadas se não na chácara, próximas de onde foram enterradas. Mas o local exato das execuções ainda não foi identificado. As investigações continuam, agora, a fim de prender os demais suspeitos na participação deste crime — destaca Dirceu Silveira.
Até o momento, um casal foi preso por envolvimento nesta chacina de 7 de janeiro.
Criminosos tentaram disfarçar local do crime
O delegado explica que a polícia chegou ao caso após parentes procurarem a delegacia no Paraná e relatarem o desaparecimento dos quatro. Apenas um laudo pericial irá confirmar se os corpos pertencem a esses homens, no entanto, as características das roupas e informações repassadas por familiares coincidem.
O local em que as vítimas estavam foi encontrado após denúncias anônimas de moradores. Policiais, inclusive, já haviam feito buscas em uma região próxima, mas como os criminosos disfarçaram o local, a ajuda da população foi essencial para encontrar os cadáveres.
Continua depois da publicidade
— O que eles [os criminosos] tentaram fazer nesta situação, e que as investigações policiais não permitiram, foi camuflar o ambiente. Colocaram vegetação no local e usaram de artifícios para disfarçar o ambiente, mas isso não foi o suficiente — destaca.
Disputa entre facções pode ter motivado as mortes
Conforme o delegado, a suspeita inicial é que uma disputa territorial entre facções criminosas rivais possa ter motivado a chacina no Ulysses Guimarães. Um dos mortos, inclusive, já tinha passagem policial por tráfico de drogas no Paraná. No entanto, apenas com a conclusão do inquérito policial para saber a real motivação dos crimes.
Agora, as diligências continuam por parte da Delegacia de Homicídios a fim de prender os demais suspeitos que, inclusive, já foram identificados e são foragidos por outros assassinatos.
Os corpos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) onde peritos trabalham para fazer a identificação das vítimas e descobrir a causa das mortes. Como os cadáveres estavam em avançado estado de decomposição, é possível que o trabalho demore para ser concluído. O que se sabe, até o momento, é que os homens tinham 16, 20, 24 e 39 anos.
Continua depois da publicidade
— Já temos um casal preso e, nos próximos dias, pretendemos alcançar os demais.
Leia também
Chacinas em Joinville mataram 11 vítimas do “tribunal do crime” em janeiro, diz polícia
Todas as vítimas da chacina em Joinville são identificadas após 1 mês; saiba quem são