Vítimas de assalto em Arabutã, no Oeste de SC, serão enterradas às 17h

Lisete Lohmann e a filha de 10 anos, Stefani, mortas com tiros na cabeça em um assalto na noite de quarta-feira, 30, na Linha Guaraipo, em Arabutã, no Oeste de Santa Catarina, serão enterradas às 17h desta quinta-feira no distrito de Nova Estrela. O padrasto da menina, Valdir, que foi baleado mas sobreviveu, segue internado.

Em comunicado oficial, a Prefeitura de Arabutã e a comissão organizadora dos festejos de 24º aniversário da cidade, comemorado nesta quinta-feira, cancelaram a programação que ocorreria na sexta-feira, 1º.

A reportagem do Diário Catarinense conversou com Sírio Berner, pai de Lisete e avô de Stefani. Ele contou que ouviu os disparos, mas não desconfiou que poderia ser contra sua família. Mas disse à esposa, Eli, com quem já estava no quarto, prontos para dormir, que iria conferir.

Stefani estudava no Núcleo Educacional Municipal Nova Estrela, que é dirigido por Marlise Rochenbach, para quem a menina era muito “estudiosa, amorosa, inteligente e madura”, mesmo tendo perdido o pai aos três anos. 

Sara Pereira, filha da professora de Stefani, afirma que Lisete e a menina cuidavam do seu filho de 1 ano e 9 meses durante a semana, no distrito de Nova Estrela, a nove quilômetros do Centro de Arabutã. Foi para Sara que Sírio ligou ao ver os corpos da filha e do neto.

– Era uma menina muito animada, gostava de brincar de bicicleta, ping-pongue e jogar bola nos fundos da casa com o neném. A visão que tive lá não foi nada agradável – diz Sara. 

A violência que chega ao interior

A violência que os agricultores Nestor e Daria Sorgetz só viam na televisão ou ouviam falar por relatos do filho, que foi assaltado três vezes em Blumenau, chegou à pequena comunidade de linha Guaraipo, no interior de Arabutã, no Oeste de Santa Catarina.

O casal estava dentro de casa quando ouviu alguém chamar. Olharam para fora e não enxergaram nada, quando alguém falou.

– Sou eu, o Jaco (Valdir Danhehauer),levei um tiro, me ajuda, desliga as luzes e chama a polícia – disse o sobrevivente do assalto que resultou na morte da mulher, Lisete Lohmann e da enteada Stéfani Lohmann.

Ele se arrastou até o vizinho, que acabou prestando socorro. Primeiro o casal chamou os bombeiros.

Daria disse que ficou assustada com a possibilidade dos bandidos virem para sua casa.

– Fiquei até com trauma – relatou, lembrando que nem dormiu.

Como a vítima reclamava da demora, Nestor o levou até o hospital de Arabutã.

O casal ainda está abalado com o que aconteceu e começam a pensar em colocar um portão na estrada que dá acesso a casa ou comprar mais um cachorro.

– A gente achava que violência era só nas grandes cidades e ela apareceu no interior também – lamentou Nestor.

O assalto

De acordo com a Polícia Civil, três homens armados e encapuzados invadiram a residência da família pouco depois das 21h. Segundo a Polícia Militar, os assaltantes fugiram levando um veículo Nissan Frontier verde, com placas MKN-3216, de Arabutã. 

Ainda não se sabe o que levou os criminosos a atirarem, mas há a suspeita de que eles possam ter sido reconhecidos pelas vítimas. Também não foi informada até o momento a quantia em dinheiro levada pelos criminosos.

As polícias Civil e Militar da região estão mobilizadas na procura dos assaltantes. Há barreiras em cidades vizinhas e suspeita-se de que eles tenham fugido em direção ao município vizinho de Ipumirim.