O treinador de jiu-jitsu Alcenor Alves, preso em Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina, suspeito de estupro de vulnerável e exploração sexual, teria coagido vítimas e testemunhas após os crimes. A Justiça do Amazonas determinou a prisão temporária dele na última sexta-feira (22).

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A Polícia Civil do Amazonas também confirmou o nome do treinador e alegou que as vítimas seriam alunos do homem, entre crianças e adolescentes.

“Há indícios robustos que o representado está praticando atos de coação sobre testemunhas e vítimas”, afirma o documento assinado pelo juiz de direito Rivaldo Matos Norões Filho.

O suspeito foi preso durante uma competição esportiva, na qual atuava como treinador de crianças e adolescentes. O delegado-geral de Santa Catarina, Ulisses Gabriel afirmou ao g1 SC que o suspeito tinha planos de fugir para Dubai.

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Segundo as investigações, pelo menos oito meninos entre 8 e 15 anos de idade foram vítimas do treinador. Três lutadores teriam procurado a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente em Manaus (AM), o que deu início às denúncias.

— A gente viajava muito para lutar campeonato brasileiro, campeonato mundial das outras confederações. Ele foi me tocando, eu acordado, e eu criança na época fiquei em choque. Não sabia como reagir — conta um dos atletas de jiu-jitsu que denunciou Alcenor.

A delegada Juliana Tuma, que atua nas investigações, diz que as vítimas eram de baixa renda e algumas também em situação de vulnerabilidade econômica e social, que tinham no esporte uma saída para uma vida de sucesso.

A polícia afirma que Alcenor levava os atletas para ficar na casa dele. Os abusos ocorriam durante a noite, enquanto os alunos estavam dormindo. Outra vítima, que preferiu não se identificar, disse que acordou já sem bermuda, e que não teve coragem de relatar o abuso.

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A defesa de Alcenor disse, em nota, estar se inteirando do processo para depois se manifestar. Já a escola de jiu-jitsu em que ele trabalhava lamentou o caso e disse que aguarda os próximos passos da investigação.

A Federação Amazonense de Jiu-Jitsu Profissional (Fajjpro) também se pronunciou em nota, afirmando que repudia as denúncias e que não compactua com esse tipo de conduta.

O suspeito teria se favorecido do fato de ser professor de jiu-jitsu para abusar de crianças e adolescentes. Os crimes ocorriam desde 2014, “havendo possibilidade de tais crimes estarem sendo perpetrados ainda atualmente”, segundo as informações que levaram ao pedido de prisão.

O que diz a defesa do preso

A defesa está se habilitando nos autos nesse momento. O processo tramita em segredo de justiça e a defesa solicita que faça um esclarecimento quando obter o conhecimento dos fatos e de todas as provas elencadas nos autos. De antemão ainda não tive contato com o cliente uma vez que ele está em Santa Catarina e não tivemos contato pessoal com o cliente.

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O que disse a escola em que o treinador atua

“Diante das notícias e dos últimos acontecimentos que envolveram o nosso diretor técnico de alto rendimento Alcenor Alves e da nossa escola, viemos ao público e a comunidade do JIU-JITSU informar que estamos no mercado desde 03/2017 e sempre pautamos pelos pilares e princípios do jiu-jitsu, a nossa escola é referência no ensino da formação de campeões, hoje a escola conta com um corpo de 6 (seis) professores graduados entre a faixa marrom e preta que trabalham diariamente no ensino do jiu- jitsu e nunca fomos alvo de denúncias sobre qualquer fato que venham denegrir ou ameaçar a integridade das pessoas. Somos uma escola em pleno crescimento no esporte que preza inclusive a integração das famílias diariamente próximo ao nosso tatame.

Lamentamos profundamente o ocorrido, estamos aguardando o desenrolar da justiça para que caso seja confirmado as denúncias o responsável que praticou os crimes seja punido no rigor da lei.”

*Com informações de g1 SC e de Jornal Hoje

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