A queda da calçada que deixou pelo menos 33 pessoas feridas na abertura do Natal em Joinville completa um mês nesta quarta-feira (22). Desde então, as vítimas ainda tentam superar o trauma causado pelo acidente.
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A professora Juliane Grotti Vasques Lima, de 27 anos, se preparou para assistir ao evento natalino ao lado do marido, da irmã e do filho de dois anos na noite de 22 de novembro. No local, ainda encontrou um casal de amigos que estava com a filha, de seis anos.
Ninguém esperava cair no rio Cachoeira após a calçada desabar e terminar a noite no hospital. Juliane teve arranhões no braço e precisou de oito pontos na cabeça por causa do ferimento sofrido na queda. Segundo ela, foi uma das vítimas mais graves do acidente.
– Foi bem assustador, terrível. Não sabia se saíria dali com vida. No momento em que caímos, achei que íamos morrer – recorda.
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O esposo, a irmã e o filho também foram para hospitais da cidade, mas tiveram ferimentos mais leves e logo foram liberados. Porém, o trauma na família ainda permanece após um mês do acidente.
– De vez em quando, a gente pensa sobre isso, lembra do acidente e, dependendo de onde está ou para onde vai, fica pensando no que pode acontecer. O cérebro fica em alerta com coisas que antes não pensávamos – descreve Juliane.
Terapia e afastamento do trabalho
A professora ficou quase três semanas afastadas do trabalho. Além de precisar esperar por causa dos pontos, ela ainda perdeu os óculos no acidente. Segundo Juliane, a prefeitura providenciou um novo e também disponibilizou uma psicóloga para atendimento da família.
Juliane teve três sessões de terapia desde a queda da calçada e, no início do próximo ano, vai retornar para avaliar se precisará ter novos encontros com a profissional.
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Além disso, em casa o filho também tem momentos de lembrança do acidente, em que fala e grita algumas coisas sobre pessoas e buracos. Ele ainda não forma frases completas, o que dificulta o entendimento, mas a mãe acredita que sejam memórias do acidente.

Prefeitura prepara indenização para vítimas
Na última segunda-feira (20), o prefeito Adriano Silva sancionou a lei aprovada na Câmara de Vereadores que autoriza o município a ressarcir as vítimas da queda da calçada. Elas terão direito a um valor igual para todas por danos morais e, dependendo de cada caso, indenização por danos materiais.
Com a sanção da lei, a partir de agora a prefeitura trabalha na montagem de uma comissão para acompanhar o processo e na formatação de um edital de chamamento para que as pessoas sejam indenizadas. O objetivo do município é lançar o edital no início de 2022.
Além da indenização, a prefeitura manteve a calçada interditada até receber os laudos da perícia para entender o que deverá ser feito no local. O trânsito também foi alterado para evitar a passagem de veículos próximo da área afetada.
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Laudo aponta problema em viga
Na última terça-feira (21), o delegado Fabio Baja, responsável pela investigação, revelou que o laudo entregue à Polícia Civil apontou o problema em uma viga como causa para queda da calçada Segundo ele, a viga foi construída na década de 1970 e teria girado, o que fez com que laje e calçada caíssem, derrubando as pessoas no rio Cachoeira.
A investigação ainda aponta que houve uma alteração na calçada durante as obras do rio Mathias para acessar o canal e instalar uma comporta. A atual gestão teria colocado uma laje sobre os buracos, apoiada na antiga calçada e na comporta.
– Segundo eles, não haveria como apurar esse defeito na viga, se é que pré-existiu algum, porque ela estava inacessível – explica Baja.
O delegado também afirma que ainda não é possível dizer que alguém tenha agido com dolo ou negligência para causar o dano à calçada e às vítimas.
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– Neste momento, não é possível responsabilizar ninguém. Por enquanto, a causa foi a rotação de uma viga antiga sobre a qual estavam apoiadas as lajes com as pessoas em cima – aponta.
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