Dois suspeitos do assalto a um colégio que se apresentaram terça-feira, na 3ª Delegacia de Polícia de São José, não foram reconhecidos pelas vítimas. O roubo foi cometido em uma escola do Bairro Kobrasol, em São José, no dia 4 de julho. Quatro funcionários rendidos, incluindo o diretor Hélio Waldony Coelho, de 76 anos, baleado no rosto, foram chamados ontem para o reconhecimento através de fotografias.
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– De maneira nenhuma. Tenho certeza de que não foram eles – afirmou Hélio, que ainda está com a bala alojada entre o rosto e o pescoço.
Acompanhados de advogados, os jovens, um de 16 e um de 19 anos, se apresentaram por iniciativa própria e negaram a autoria do crime e foram liberados. Ambos têm passagem pela polícia.
De acordo com o delegado Rodolfo Serafim Cabral, mesmo sem o reconhecimento, os garotos ainda são suspeitos. Em duas semanas, segundo o delegado, a perícia com o resultado das digitais, colhidas no local, será entregue e as dúvidas deverão ser sanadas. Enquanto isso, a Polícia Civil segue investigando.
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Ação e reação
Fundador e diretor do colégio, Hélio diz que, após a experiência, não recomenda ninguém a reagir num assalto.
– A gente nunca sabe qual será a nossa reação, mas o melhor é não fazer nada. Eu tentei conversar com o rapaz, pensei mesmo que iria conseguir consertar a situação. Mas, foi em vão – admite Hélio.
Como educador, ele acredita que os jovens que participaram do assalto não tiveram oportunidade na vida, mas percebeu que os dois assaltantes eram bem instruídos.
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– Os jovens estavam bem vestidos e tinham desenvoltura ao falar. Não pareciam ser pessoas humildes – declara.
A escola entrou em recesso e Hélio está se recuperando do susto. Segundo ele, o médio o informou que a cirurgia para a retirada da bala será realizada assim que o local desinchar.