Os membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras elegeram nesta quarta-feira o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) para presidir os trabalhos, como queria o governo. O parlamentar já preside a CPI exclusiva do Senado. O senador Gim Argello (PTB-DF) foi eleito vice-presidente.

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Os independentes indicaram as candidaturas avulsas dos deputados Enio Bacci (PDT-RS) e Fernando Francischini (SDD-PR). Vital do Rêgo venceu Bacci por 19 votos a 10. Argello superou Francischini por 18 a 11.

– Esta é mais uma missão para todos nós – declarou o presidente eleito da CPMI da Petrobras, ao assumir o cargo. Dos 32 integrantes titulares, apenas três não estão presentes na sessão neste momento.

O senador Alvaro Dias (PSDB-SP) reclamou do que ele chamou de “quebra de tradição” por não haver um comando compartilhado da CPI entre governo e oposição.

– Quando se quebra uma tradição desta natureza, indica-se o desejo de impedir investigações que cheguem a conclusões objetivas, cumprindo o objetivo de uma CPI – afirmou.

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A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) rebateu a crítica.

– Hoje quem diz que é uma tradição usa de má-fé e falta com a verdade. Todos que aqui estamos, estamos pelo critério da proporcionalidade – disse a senadora.

Segundo ela, houve várias CPIs quando o tucano Fernando Henrique Cardoso era presidente da República, sem comando compartilhado.

Relator da CPMI da Petrobras diz que vai ‘ouvir muito’

O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, o deputado Marco Maia (PT-RS) se comprometeu a “ouvir muito” durante os trabalhos, investigar e produzir um relatório “à altura” do Congresso Nacional.

– Não podemos prescindir da ideia e da visão de que a empresa (Petrobras) deve estar conectada aos anseios do povo brasileiro – declarou.

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Só na primeira sessão da CPMI foram apresentados mais de 500 requerimentos dos partidos, entre pedidos de quebra de sigilo, convocações e acesso às investigações em andamento. Maia pediu para que todos, inclusive os partidos de oposição, encaminhem suas sugestões para que possa definir um roteiro de trabalho da comissão.

O petista ponderou que os trabalhos de investigação não podem começar de forma abrupta. Comparando a CPMI ao antigo caminhão FNM, o Fenemê, o deputado falou da dificuldade em fazê-lo funcionar e ganhar velocidade logo no início.

– É preciso respeitar o seu motor para que ele ganhe velocidade – disse.

Ele ressaltou que há outros “eixos” de investigação para além dos propostos pela oposição.

*Estadão Conteúdo e Agência Câmara Notícias