Apenas 42 quilômetros separam Itajaí de Blumenau, mas em outubro essa distância pode levar a ambientes com culturas bem diferentes. É possível ir do fado à marchinha alemã, da sardinha ao eisbein (joelho de porco), do Marejão ao Vovô Chopão.
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Para apresentar a diversidade da gastronomia e da cultura de cada uma das festas, a NSC Comunicação convidou um casal de Blumenau para ir pela primeira vez à Marejada e dois frequentadores assíduos da festa de Itajaí para debutar na Oktoberfest.
A aventura começou na sexta- feira da semana passada, quando Ademir e Sueli Mistura, dançarinos de um grupo folclórico de Blumenau, foram a Itajaí para curtir uma noite de Marejada. Foram recebidos pelo casal mascote da festa, Marejão e Marejoa, e por dois dançarinos de fado, ritmo português que predomina na festa do Litoral.
Na hora de beber, conheceram a novidade da festa: o copo sustentável. O contato com a cultura portuguesa continuou na degustação da sardinha, um dos pratos mais tradicionais da Marejada. O jantar teve direito a um curso intensivo com um legítimo itajaiense sobre como tirar espinhos e aproveitar o peixe por inteiro.
Fritz e Frida em ritmo de fado
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Ademir e Sueli conversaram com o secretário de Turismo de Itajaí, Evandro Neiva, receberam uma camiseta da cidade e foram para a tasca portuguesa, restaurante com apresentações de fado. Depois de degustar um bacalhau, o casal trajado de Fritz e Frida entrou de vez no ritmo lusitano. A cantora Célia Pedro os tirou para dançar a tradicional música portuguesa e apresentar-lhes ao ritmo de Roberto Leal.
– Acho que a dança alemã é mais rápida do que o fado, mas achei muito interessante a experiência – contou Ademir.
Lusitanos entram na dança e provam sabores alemães
A troca de experiências entre festeiros de outubro continuou na noite de quarta-feira. Foi a vez de Natan Pereira, 23 anos, e Priscila Reges, 28, colegas de um grupo de dança lusitana de Itajaí e que foram os anfitriões dos blumenauenses na semana passada, visitarem a Oktoberfest pela primeira vez. A noite começou com o casal assistindo em grande estilo ao desfile na Rua XV de Novembro. A primeira impressão foi a surpresa com a quantidade de gente trajada de Fritz e Frida – algo bem menos comum na festa itajaiense. No centro de Blumenau, os dois foram recebidos pelo prefeito Mário Hildebrandt e acompanharam tudo do palanque de autoridades. Em poucos minutos, acenavam para as atrações do desfile como a realeza da festa cumprimenta os súditos. Natan e Priscila mantinham olhos atentos e lentes do celular acionadas para fotografar as atrações que mais lhe chamavam a atenção, como o Schweinewagen – o carro do porco.
– Já deu vontade de desfilar. As pessoas realmente saem para a festa. Não tem como não se agradar vendo o desfile. Acho que por isso a cidade nesse dia para e se reúne aqui – disse Priscila ao fim do desfile.
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Mas a noite estava só começando. No Parque Vila Germânica, o casal foi recebido pelo presidente Ricardo Stodieck, que apresentou o espaço e os deixou em ótima companhia: o já consagrado show Velhos Camaradas, com o coral masculino do Centro Cultural 25 de Julho, o Männerchor Liederkranz. Ali houve tempo para um chopinho – ou para um refrigerante, no caso de Priscila. Em seguida, conheceram a rainha e as princesas da festa, o Vovô Chopão e assistiram da primeira fila a uma apresentação de dança de um grupo folclórico alemão. Os pés se mexiam quase que automaticamente mesmo com o ritmo que, à primeira vista, poderia destoar do vestido branco com azul de Priscila e do traje preto de Natan, que compunham o figurino português, ó pá.
Os colegas de pista de dança até foram convidados para a parte final da apresentação e arriscaram os primeiros passos depois de uma aula inicial. Saíram satisfeitos e rapidamente acostumados aos movimentos mais aéreos da dança alemã em comparação ao fado.
Tradição no menu do jantar
Fim do espetáculo, foi a hora de jantar e se familiarizar com o eisbein (joelho de porco) e outras iguarias mais distante da cozinha mediterrânea, mas sucesso garantidos do restaurante da festa germânica. Mais um traço da Oktober que deixou os professores de dança satisfeitos, como a festa como um todo.
– A dança e a festa são um pouco diferentes do que fazemos, mas muito alegre. Mas a festa em si já contagia, é muito animada e faz a gente entrar na dança facilmente – afirmou Natan.
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Festa portuguesa com certeza ou em 19 dias de folia com música, cerveja e alegria: um consenso entre portugueses e alemães, blumenauenses e itajaienses, é a de que a diversão é a grande marca da cultura em outubro entre os catarinenses.
Colaboraram Patrícia Silveira e Marina Dalcastagne, da NSC TV
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