Uma vítima da série de furtos nos pavilhões do Parque Vila Germânica, em Blumenau, foi Cleiton*. Morador de Gaspar e frequentador assíduo da Oktoberfest, ele estava na festa durante a última sexta-feira (11) com vários amigos. O celular estava no bolso da frente do traje típico, recém-comprado e feito sob medida.
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Cleiton sentiu falta do celular por volta das 23h. Em dúvida se havia perdido o aparelho ou sido furtado, ele percorreu novamente o trajeto que fez ao longo da festa para tentar encontrá-lo. Por volta das 23h, foi para a base da Polícia Civil instalada dentro da Vila Germânica registrar o boletim de ocorrência e encontrou uma grande fila de pessoas.
Além da frustração por ter sido furtado, Cleiton teve que esperar duas horas e meia até ser atendido e registrar o crime. Nesse tempo conversou com outras pessoas da fila e percebeu que o mesmo crime havia ocorrido com praticamente todos os que aguardavam atendimento, tanto homens quanto mulheres.
Na manhã de sábado (12), ele foi até o shopping e comprou um celular novo para conseguir falar com amigos e familiares. Durante a noite ele voltou para a festa, desta vez mais atento: segurou o aparelho em quase todos os momentos da festa para garantir que o crime não iria se repetir.
Mas no primeiro descuido, foi novamente vítima de criminosos. Enquanto estava mudando de pavilhão, Cleiton deixou o celular no bolso da frente do traje para segurar o caneco de chope com uma mão e com a outra conseguir passar pelas milhares de pessoas que estavam no Parque Vila Germânica. Cinco minutos depois colocou a mão no bolso e não encontrou mais o aparelho.
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Cleiton refez novamente o caminho para ter certeza que o aparelho caiu e, por volta da 1h, estava novamente na base da Polícia Civil. Entretanto, ele encontrou uma fila ainda maior para prestar boletim de ocorrência, praticamente todas vítimas de furto, e decidiu ir pra casa. Ele conta que várias outras pessoas também desistiram de registrar o crime.
— Falaram que o número de furtos foi de 180, mas muita gente não fez o boletim de ocorrência. Eu estava lá e vi o tamanho das filas, muitos foram embora sem registrar o crime porque iriam perder várias horas esperando — relata.
Após ser vítima de dois furtos, Cleiton ainda teve uma terceira frustração. Ele voltou ao parque às 11h do domingo para verificar se o celular tinha sido recuperado, conforme havia sido instruído no posto da Polícia Civil na madrugada anterior. Porém, a base estava vazia e as várias de pessoas que aguardavam atendimento tiveram que esperar até 17h, o que dificultou o retorno de turistas que tinham comprado passagem.
Cleiton admite estar muito frustrado com falta de segurança da festa, pois teve prejuízo de R$ 1,6 mil e não será ressarcido pelos crimes. Ele também afirma que faltou assistência às vítimas, já que a organização da festa não esperavam um número tão grande de furtos em uma noite. Mas isso não deve afastá-lo dos pavilhões da Vila Germânica.
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— Vou na Oktoberfest há vários anos e nunca pensei que aconteceria algo assim. É uma festa linda e que eu gosto demais, por isso pretendo voltar. Só que agora a lição está aprendida e não levo mais o celular pra festa.
Após os casos de furtos de celular na festa, a Polícia Civil afirmou que está fazendo diversas operações para encontrar e prender os suspeitos que já foram identificados. Já a organização da Oktoberfest anunciou medidas para conter a atividade criminosa dentro dos pavilhões, incluindo policiais atuando disfarçados para auxiliar nos flagrantes. Veja mais detalhes.
* Cleiton é um nome fictício para a vítima, que preferiu não se identificar.
Dicas da Polícia Militar para evitar furtos
– Andar com o celular e demais pertences sempre no bolso da frente;
– Evitar que parte do celular fique para fora do bolso, algo que pode facilitar o furto;
– Usar o mínimo possível do celular enquanto estiver andando pela festa;
– Deixar para fazer fotos ou ligações quando estiver sentado ou em local mais tranquilo;
– Evitar volume nos bolsos e deixar a carteira em casa;
– Levar apenas um documento de identificação, cartão/dinheiro e chaves.
Quando cria-se dificuldade para esses punguistas, é óbvio que eles vão procurar outra pessoa. Se todas as pessoas tiverem se resguardando, esses criminosos terão muito mais dificuldade para conseguirem êxito na ação — tenente-coronel Jefferson Schmidt, comandante do 12º Batalhão da Polícia Militar
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