Violentos confrontos à margem de manifestação da oposição em Kinshasa

Um protesto da oposição na capital da República Democrática do Congo nesta terça-feira terminou em violentos confrontos, depois que vários projéteis caíram sobre os manifestantes, deixando uma pessoa gravemente ferida.

A situação se complicou pouco antes das 15h00 locais (11h00 de Brasília) na praça Santa Teresa de Ndjili, localizada no sul da capital congolesa, onde entre 2.000 e 3.000 pessoas responderam à convocação da “Dinâmica da oposição”, que pede ao presidente congolês que abandone o poder no fim de 2016, como exige a Constituição.

Uma dezena de líderes dos partidos políticos, que exigem que as eleições previstas para novembro de 2016 ocorram na data, participaram da concentração e se sucederam para falar em um palco antes que a multidão fosse atacada a pedradas e com cassetetes por uma dezena de jovens não identificados.

Uma jornalista e um fotógrafo da AFP viram dezenas de jovens, alguns deles vestindo camisetas com inscrições dos partidos políticos que participavam da manifestação, espancarem violentamente por vários minutos um homem caído no chão, sem que nenhum representante das forças de ordem agisse para frear este linchamento.

Finalmente, vinte policiais armados também com cassetetes atuaram para libertar a vítima, gravemente ferida, sem que tenham sido registradas detenções.

Alguns grupos de jovens se formaram imediatamente para lançar pedradas contra uma centena de policiais mobilizados como reforço. Eles permaneceram sem reagir até as 16h00 (12h00 de Brasília), quando começaram a lançar bombas de gás lacrimogêneo para esvaziar a praça.

A situação se acalmou progressivamente às 16h30 (12h30 de Brasília) quando as ruas começavam a se encher de estudantes com uniformes nas cores azul e branco, que voltavam para suas casas.

Um pedestre declarou à AFP ter visto a polícia prender duas pessoas.

O clima político encontra-se muito tenso na RDC enquanto se aproxima um ciclo de eleições, que deve começar em outubro e culminar nas presidenciais de novembro de 2016.

* AFP